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Estrada da Colônia tem nome alterado

Vereadores aprovam que via histórica de Ribeirão Pires faça homenagem a jornalista

Por Yara Ferraz
do Diário do Grande ABC
11/03/2016 | 07:07
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Marina Brandão/DGABC


A Estrada da Colônia, uma das vias mais antigas de Ribeirão Pires, está prestes a ter seu nome alterado para Rua Jornalista Gemecê de Menezes. O projeto de lei, de autoria do vereador José Maria Adriano (PMDB), propôs a mudança, mas foi vetado pelo prefeito Saulo Benevides (PMDB). Porém, a Câmara dos Vereadores derrubou o veto.

Na última sessão, realizada no início da semana, o filho do homenageado, Ednaldo de Menezes (PPS), que é ex-vice-prefeito e pré-candidato à Prefeitura da cidade, usou a tribuna para falar sobre o assunto. “Fui surpreendido com o veto do prefeito. Não quero nem debater o desrespeito com a memória do meu pai”, disse.

Ele também falou que o prefeito estaria barganhando o voto dos vereadores, citando o projeto de lei da Fábrica de Sal e a defesa do patrimônio histórico. O executivo tem autoria no texto, que prevê a concessão do terreno do prédio a uma empresa privada. O intuito é a construção de um shopping center.

A maioria dos vereadores votou para que o veto do Executivo caísse. Dessa forma, o presidente da Câmara, José Nelson de Barros (PSD), deve publicar a mudança no Diário Oficial para que ela passe a valer de fato.

Questionada sobre o assunto, a Prefeitura respondeu, em nota, que o prefeito optou por ser contrário à mudança após ouvir integrantes da Associação Pró-Memória e tomar ciência de abaixo-assinado contendo assinaturas dos moradores da Estrada da Colônia, que são contra a alteração. A administração também afirmou que não há nenhum problema pessoal com o filho do homenageado, “ao contrário do que alega o vereador José Maria Adriano.”

O secretário adjunto de Cultura, Marcílio Duarte, que também é integrante do Grupo de Trabalho de História e Memória do Consórcio Intermunicipal e do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural e Natural, além de coordenador do CATP (Centro de Apoio Técnico ao Patrimônio), reafirmou que a conservação do nome protege o patrimônio histórico da cidade. “Aberta no fim do século 19, a Estrada da Colônia possui uma intrínseca relação com a cidade, pois ligava a sede do Núcleo Colonial (Matriz) com o Núcleo do Pilar, sendo, portanto, remanescente do primeiro traçado urbano e viário. Por essa razão, a estrada possui valor afetivo, histórico e paisagístico, além de constituir admirável patrimônio imaterial. A via é emblemática para a compreensão do passado da cidade e representa um dos últimos baluartes da imigração italiana em Ribeirão Pires.”

Na década de 1970, parte da via já teve o nome alterado para Miguel Prisco, avô do ex-prefeito Valdírio Prisco.

Conforme Duarte, antes do projeto de lei atual ser votado, foi sugerido que fosse escolhida outra via para a homenagem. “Em nenhum momento os referidos órgãos se posicionaram contra a homenagem. Pelo contrário. Entendem que ela é justa e merecida. No entanto, por atuarem em defesa do patrimônio cultural da cidade, não consideram apropriado alterar o nome dessa estrada centenária para qualquer outro, por mais relevante que seja. Entendem até que, se vivo, o saudoso Gemecê combateria fortemente a alteração dos logradouros históricos – ele, que sempre atuou em defesa da nossa história”, afirmou o secretário adjunto. 




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