Política Titulo Editorial
No limite
Do Diário do Grande ABC
10/03/2016 | 08:49
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Aline Pietri/DGABC


Não há espaço para tergiversações. A indústria no Grande ABC vive momento periclitante, muito próximo do limite. Raio x do setor nos sete municípios, divulgado ontem pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista, evidencia que a ociosidade das fábricas instaladas na região é de quase metade da capacidade instalada, em 44%. A queda nos indicadores de produção é reflexo da baixa demanda interna.

A verdade é que o mercado consumidor do Brasil desapareceu. As razões são evidentes. Em primeiro lugar, destaca-se o descontrole da inflação, na casa dos dois dígitos e muito acima da meta de 4,5% ao ano, com intervalo de tolerância de menos um e meio e de mais um e meio ponto percentual, estipulada para 2017 pelo presidente do Banco Central, Alexandre Antonio Tombini.

Também ajuda a desidratar a demanda industrial o endividamento gigante do cidadão, que nos últimos anos se deixou seduzir pelo canto da sereia do crédito fácil e hoje gasta praticamente todo o salário para quitar parcelas de empréstimos bancários.

Para completar a tríade da desesperança, o Brasil pratica hoje juros básicos extorsivos, na casa dos 14,25% anuais. Com isso, pendurar-se no cartão de crédito, por exemplo, significa assumir o risco de ver a dívida aumentar 411% em 12 meses em caso de inadimplência. E não está nada difícil se tornar devedor hoje em dia, dada as adversas condições macroeconômicas do País.

O cenário das sete cidades se encontra em situação tão desanimadora que o empresariado da região, ainda de acordo com o estudo da Metodista, é o mais receoso do Brasil. O Índice de Confiança do Empresário Industrial do Grande ABC em janeiro ficou em 26,8 pontos. É o mais baixo na comparação com o País (36,5), o Sudeste (33) e o Estado de São Paulo (32). O desânimo da categoria é compreensível. No meio da estagnação, encontra-se um governo enfraquecido pelas denúncias de corrupção e sem nenhuma força política para retomar as rédeas da economia. 




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