Economia Titulo Direito do consumidor
Bebê engole bateria de brinquedo e lojas da região são multadas
Marina Teodoro
Especial para o Diário
02/02/2016 | 07:09
Compartilhar notícia
Claudinei Plaza/DGABC:


 Após perceber que a filha de 11 meses havia ingerido uma bateria botão, parte de um ‘cavalinho pula-pula’ que a criança brincava, a química Jéssica Alonso Firmino Lima, 20 anos, de Mauá, precisou correr para o hospital. “Ao fazer os exames, encontraram a peça no estômago dela e disseram que teriam que operá-la com urgência. Foi terrível, ficamos desesperados”, conta.

Por ser um objeto feito de lítio, o medo dos médicos era que a substância se espalhasse pelo corpo do bebê, o que poderia levá-lo a óbito. “Felizmente, não foi preciso fazer a cirurgia, e ela conseguiu expelir a bateria”, comenta a mãe que, após o susto, decidiu procurar a loja na qual a avó da criança havia comprado o brinquedo, no Natal, a Magazine e Armarinho Casa da Mamãe, em Mauá. “Quando fui à loja, o gerente me disse que não podia fazer nada, e que não sabia nem qual era o fabricante do brinquedo, porque a loja não tinha a nota fiscal do produto”, lembra Jéssica.

Inconformada, ela procurou pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) para contar o caso. A denúncia resultou em força-tarefa surpresa que o Ipem-SP (Instituto de Pesos e Medidas do Estado de São Paulo) realizou na manhã de ontem, em lojas do Grande ABC e São Paulo, em busca de produtos que não poderiam ser comercializados.

Na região, foram fiscalizadas sete lojas, sendo que seis foram multadas por apresentarem brinquedos sem o selo do Inmetro e sem a classificação etária indicativa, o que, portanto, poderia apresentar danos ao consumidor.

Além da Casa da Mamãe, que originou a denúncia, as lojas com produtos apreendidos foram: Tan Lihua Presentes e Princesa Biju Bijuterias & Presentes, de São Bernardo; Xu Presentes Finos, JH Zao Presentes e ZXS Presentes e Utilidades Domésticas, em Santo André. O número de estabelecimentos multados só não foi maior porque, no momento em que foi iniciada a fiscalização, os comerciantes se comunicaram e as lojas do entorno foram retirando alguns produtos em exposição que não estavam de acordo com as regras de segurança do Inmetro, conforme apurou a equipe do Diário.

MULTA - As lojas têm prazo de dez dias úteis para apresentar notas fiscais dos produtos ou alguma defesa junto ao Ipem-SP. Caso contrário, as multas podem variar de R$ 800 a R$ 30 mil, dependendo da quantidade de produtos apreendidos, do tamanho da loja ou se for reincidência.

Contando com as verificações feitas em São Paulo, foram reprovados 622 brinquedos, em 12 dos 17 estabelecimentos visitados pelo Ipem-SP. O superintendente do instituto, Clovis Volpi, ressalta que mesmo com o selo do Inmetro é fundamental a atenção dos pais na compra de produtos infantis. “Pretendemos fazer mais mutirões como este nos próximos dias em lojas da Capital e da região (a fim de inibir a venda irresponsável).”

O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) orienta que os pais devem evitar comprar produtos no comércio informal, pois, embora sejam geralmente mais baratos, o que na atual situação da economia do País pode estimular ainda mais esse consumo, na quase totalidade dos casos eles são irregulares, falsificados e podem conter substâncias tóxicas na sua composição.

Jéssica, mãe do bebê que se acidentou, avisa que vai ingressar com ação na Justiça por danos morais e pelos gastos com cuidados médicos que teve com sua filha que ingeriu a bateria.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;