Em decisão monocrática, o juiz do TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) Luiz Guilherme da Costa Wagner Júnior deu aval para que o vereador de Mauá José Wilson Ferreira Silva, o Melão, deixe o PDT sem correr o risco de perder o mandato. Agora, o parlamentar prepara para se filiar ao PPS antes mesmo do período da janela partidária, em março, quando vereadores poderão trocar de legenda com vistas à eleição de outubro sem perderem a cadeira no legislativo.

Alegando ser preterido das discussões do PDT, Melão tenta sair do partido desde o ano passado. A direção da legenda já havia antecipado que, para o pleito deste ano, só permitiria candidaturas com potencial eleitoral de até 1.500 votos, minando o projeto de Melão à reeleição (recebeu 3.000 votos em 2012). O partido também acusava o vereador de inflar os quadros do PPS com figuras pedetistas.

Em novembro, a Justiça Eleitoral negou pedido de liminar reivindicado pelo parlamentar para antecipar sua saída do PDT por justa causa. Já na recente decisão favorável, proferida no dia 21, pesou o fato de a direção da sigla pedetista garantir ao TRE-SP não apresentar impedimentos à saída do vereador e não possuir interesse na cadeira ocupada por Melão. “Sempre estive distante do partido, nunca opinei em nada, nunca fui procurado (para participar das decisões). Só o fato de eu ter essa liberdade já me faz bem. (A decisão) Me dá uma liberdade de discutir abertamente com outros partidos, mas minha aproximação maior é com o PPS”, comentou Melão.

Integrante da comissão provisória do PDT mauaense, o secretário de Trabalho e Renda da cidade, Claudio Donizeti, confirmou que a sigla não tem interesse em recorrer da decisão e reivindicar a cadeira de Melão. “Não podemos prejudicá-lo. A legislação determina que a vaga é do partido, mas o Melão tem os méritos dele”, justificou o pedetista.

No último pleito municipal, a sigla elegeu três vereadores. Além de Melão, entraram Cincinato Freire e Serevino do MSTU – este último foi para o Pros.