Política Titulo Editorial
Programa restrito
Do Diário do Grande ABC
28/11/2015 | 08:55
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Aline Pietri/DGABC


Decorridos quatro meses desde que passou a vigorar no Brasil, o PPE (Programa de Proteção ao Emprego) mostra ser menos abrangente do que se propunha. Falhou a tentativa do governo Dilma Rousseff (PT) de transformar a medida na grande avalista do trabalhador. O balanço feito ontem pelo ministro Miguel Rossetto (Trabalho e Previdência), em visita a São Bernardo, comprova que efeitos do plano são limitados e direcionados. Bom para a região; ruim para o País.

A cada quatro trabalhadores protegidos pelo programa, três estão empregados no Grande ABC, a ampla maioria na indústria automobilística. É evidente que este Diário, legítimo representante dos anseios da população local, saúda os efeitos benéficos da medida nas sete cidades, mas é obrigado a reconhecer que projeto federal deveria favorecer todo o País. Afinal, os R$ 96,5 milhões gastos pelo governo central para a manutenção do PPE saíram dos impostos pagos por todos os brasileiros, sem distinções regionais.

Quando as taxas de desemprego começaram a crescer, logo depois que tomou posse do segundo mandato, em janeiro, a presidente levou algum tempo para lançar o programa – que, aliás, foi originalmente sugerido pelos trabalhadores do segmento metalúrgico. Ao fazê-lo, com a presunção que a caracteriza, Dilma discursou entusiasmada sobre a abrangência dos efeitos do plano, que deveriam se estender pela Nação toda. Não aconteceu.

O PPE também se mostrou bastante acanhado em sua anunciada capacidade de fomento do crescimento econômico nacional. Infelizmente, os resultados do programa ficaram muito aquém do prometido em todas as frentes. É evidente que houve avanços desde julho, mas será necessário corrigir a rota para que o projeto atinja mais Estados e segmentos. Essa é a missão premente do ministro Rossetto e de sua equipe. As estatísticas de desemprego continuam subindo assustadoramente no Brasil, talvez só na mesma velocidade com que despencam as projeções de economistas sobre o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) do País em 2015. 




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