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Derrubada de árvores gera manifestação no Jd.Calux

Vegetação foi removida para construção de quadra que ficará ao lado da Emeb Aluísio de Azevedo, cuja obra está paralisada há três anos

Leonardo Santos
Especial para o Diário
27/11/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Moradores, pais e alunos estão indignados com a derrubada de árvores que ficavam ao lado da Emeb Aluísio de Azevedo, no Jardim Calux, em São Bernardo. Eles alegam que o local é um dos poucos pontos verdes do bairro e contava com árvores de mais de 50 anos de existência. Mesmo com abaixo-assinado com mais de 200 assinaturas e votação contra a ação da Prefeitura, quadra de esportes será construída no local.

A equipe do Diário esteve na área para acompanhar a manifestação da comunidade na manhã de ontem. Todos lamentavam a derrubada dos vegetais. O espaço está abandonado, com mato alto e cheio de entulho. Os alunos da Emeb gritavam “não derrubem” para os funcionários contratados pela Prefeitura. Depois que as atividades foram encerradas, abraçaram uma árvore e mostraram disposição para proteger a vegetação restante. “É um absurdo. Nós, professores, incentivamos as crianças a preservarem a natureza e eles querem acabar com as árvores. Que exemplo é esse?”, relata uma funcionária que não quis se identificar.

A empresária Amanda Madureira de Souza, 37 anos, tem sua filha matriculada na Emeb e mostra insatisfação com o espaço de lazer que a escola oferece para as crianças. “Querem tirar a única área verde do bairro, que serve para o divertimento dos pequenos”, lamenta. “O playground é descoberto. Quando chove, as crianças ficam trancadas na escola.”

“Será mais um ponto de drogas do bairro. Ficará abandonada igual às quadras das redondezas”, opina a enfermeira Valdelícia Donizete Correa, 50. Com a neta matriculada na Emeb, ela tentou diversas maneiras para impedir a derrubada da vegetação. “Conseguimos cerca de 240 assinaturas, votamos ‘não’ quando nos perguntaram, reclamamos e não fomos atendidos”, reclama.

A cena entristece quem cresceu brincando no espaço, como é o caso da aposentada Odete Maria Pereira, 59. “Queríamos, sim, melhorias, mas não que tirassem as árvores. Por que não mantê-las e melhorar o lugar?”

Além do desmatamento, a construção de outro prédio para a escola está paralisada há três anos. A empresa vencedora da licitação, a BSM Empreendimentos, embolsou cerca de R$ 3,1 milhões para prestar o serviço, mas as obras foram paradas logo no início.

“Serve para disseminar dengue”, diz a administradora Camila Lemi Marquezine, 28. “Já foram encontrados vários focos e ninguém toma providências. Além de prejudicar o ambiente, não pensam nas crianças, que podem ficar doentes.”

Procurada, a Prefeitura informou que a licitação para retomada da construção da Emeb será publicada até fevereiro. O projeto inclui, além da escola, reestruturação das áreas verdes e do paisagismo e construção da quadra. A administração informou que haverá replantio de árvores e recuperação da área degradada. 




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