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Nova Petrópolis tem organizadora

Kerley Bianchi dedica a vida profissional a ajudar pessoas que não têm tempo nem paciência para arrumar a residência ou empresa

Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
14/11/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


Depois de 13 anos atuando como tesoureira em multinacional, Kerley Bianchi, 40, resolveu dar um basta à rotina desgastante para se dedicar à área da organização. A moradora do bairro nobre Nova Petrópolis, em São Bernardo, formou-se personal organizer em 2014, profissional que se dedica a ajudar pessoas que não têm tempo nem paciência para arrumar sua casa ou empresa.

“Um dos motivos que me ajudaram a tomar a decisão foi o fato de querer passar mais tempo com meu filho de 3 anos. Sempre gostei de decoração e organização, então, conversei com meu marido e fiz a formação profissional na área”, comenta Kerley. Segundo ela, ao contrário do que muitos pensam, organização não é um dom, mas um hábito. “Quando a casa está organizada, a pessoa ganha mais tempo no dia a dia e melhora até a harmonia familiar, porque acaba evitando brigas bobas”, destaca.

Por perceber que o trabalho de personal organizer geralmente é direcionado e contratado pela elite, Kerley pensou em uma forma de fazer com que o serviço atinja também a população mais pobre. Dessa forma nasceu o projeto Meu Cantinho, feito pela KB – Personal Organizer em parceria com a empresa BDA Consulting House Construtora e Incorporadora. A proposta é organizar a casa de uma família humilde em uma semana de forma gratuita. “Não entrei nesse ramo pela questão financeira. O intuito é ver as pessoas bem. Não basta organizar a gaveta e a cozinha. A ideia é usar o máximo de coisas que a família já tenha e ajudar para que ela mude de vida”, diz.

A primeira edição do projeto beneficiou a família da manicure Mônica Aparecida Simões, 27, moradora da Vila Linda, em Santo André. “A princípio, pensamos em organizar o espaço destinado ao atendimento das clientes, mas depois resolvemos ampliar para a casa toda. Ela não tinha tempo para cuidar de tudo”, lembra Kerley. Depois de uma semana de trabalho, o imóvel parecia novo: alimentos organizados na despensa, roupas dobradas e guardadas nos armários, sapatos e brinquedos dispostos nos seus devidos lugares. “Ficou mais aconchegante. A gente passa a gostar de estar mais em casa, porque antes não tinha noção de como ficava melhor guardar cada coisa. Agora, até as crianças participam, ajudam a organizar as compras e a manter tudo no lugar”, comemora Mônica.

A personal organizer já prepara a segunda edição do projeto. “Estamos na fase de escolher a família que será beneficiada. Gosto de ir à casa da pessoa e observar a situação, mas também de conhecer um pouco da história. Temos casos de clientes que estão depressivos e que a simples mudança da cor da parede e da organização de um cômodo já ajuda”, revela.

De acordo com Kerley, não há preço fechado para o serviço. O valor varia de acordo com o projeto para o ambiente e o tempo de execução necessário.


Bairro ganha centro cultural para jovens

Amante da música e das artes, Leandro Tirol, 30 anos, resolveu dar um basta na carreira na área de marketing para se dedicar à antiga paixão. A ideia era disponibilizar espaço para que fosse possível o encontro de jovens do bairro e do entorno e também dar abertura à manifestação de movimentos artísticos. Dessa forma, a antiga casa da família, abandonada há cerca de três anos, passou a funcionar em formato de centro cultural desde o meio deste ano.

O projeto nasceu a partir da vontade de reviver momentos da juventude em festas organizadas por Tirol e seus amigos. “Comecei a tocar guitarra com 13, 14 anos e tive bandas de música autoral. Sempre fui adepto do faça você mesmo. Cheguei a montar um estúdio em um dos quartos e organizávamos festas aqui em casa, onde morei por 20 anos. A ideia foi fazer um revival. O evento deu certo e pensamos em manter algo aqui.”

Uma das questões que colaboraram para o uso da casa da família foi a ociosidade do espaço e as constantes invasões que ela sofria por usuários de drogas e ladrões, já que estava fechada. “É um espaço muito grande, tem cinco quartos. Então por que não aproveitar para algo positivo?”, questiona Tirol.

A Casa Amarela – Festa Underground inicialmente funciona em sábados específicos e oferece shows com bandas autorais e covers, além de receber exposições, troca de livros e compra de gibis. Mas a expectativa do idealizador é expandir os trabalhos no próximo ano. “Estamos finalizando nosso estatuto e a ideia é ofertar palestras, cursos, oficinas em diversas áreas, como dança, música, fotografia, sem esquecer da parte social, já que temos diversos bairros carentes no entorno”, destaca Tirol.

Hoje, a partir das 19h, haverá apresentação musical com as bandas Cultive Dub e Marco Nalesso e a Fundação lançando seu CD. Outras informações podem ser acessadas no endereço www.facebook.com/casamarelarock.

Venda de gelinho incrementa renda de morador aposentado

Desde que o operador de bombas Paulo Laureano, 77 anos, se aposentou, há cerca de 20 anos, ele se dedica à venda de gelinho de frutas para incrementar a renda da família. Viúvo, ele revela que encontrou paz e um novo amor no bairro Nova Petrópolis, onde mora com a mulher há 12 anos e de onde não pensa em se mudar tão cedo. Sua casa fica na Alameda Dom Pedro de Alcântara, uma das tradicionais vias do bairro.

Próximo da região central da cidade, o local concentra diversas opções de comércios, como mercados, farmácias, além de escolas e até mesmo bares para aqueles que curtem a vida noturna. “É um bairro muito organizado, as ruas são varridas todos os dias praticamente. Me apaixonei por esta casa assim que chegamos aqui e também me encantei pelo lugar”, revela o simpático e sorridente idoso.

A alegria é a arma utilizada para o comércio dos gelinhos de frutas, principalmente nas estações quentes do ano, atração que é sucesso entre as crianças e adolescentes no caminho de ida e volta para a escola. Cada um custa R$ 0,50. Os mais procurados, segundo o morador, são os com sabor de coco, limão e tangerina. “A gente procura fazer uma variedade de sabores para agradar os clientes. Minha mulher geralmente é quem cuida da preparação, mas como agora ela quebrou a perna, estou preparando os gelinhos”, afirma. 




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