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Bancos entram em greve na terça-feira

Trabalhadores rejeitam proposta de 5,5% mais
abono de R$ 2.500; categoria pede 16% de reajuste

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
02/10/2015 | 07:25
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Celso Luiz/DGABC


Após a greve dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que durou 84 dias e teve o atendimento à população retomado ontem, e da paralisação dos trabalhadores dos Correios, que se estendeu por 13 dias e terminou na segunda-feira, agora é a vez dos bancários e dos metalúrgicos de autopeças e indústrias de máquinas de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra.

Os bancários aprovaram ontem greve por tempo indeterminado a partir de terça-feira, dia 6. Eles rejeitaram, em assembleias realizadas em todo o País, a proposta de reajuste oferecida pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), de 5,5% mais abono de R$ 2.500. “Essa proposta foi rebaixada por ser indecente. Sequer repõe a inflação”, afirma o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Belmiro Moreira. “A greve será longa, pois vamos lutar pela reposição da inflação mais aumento real.”

A categoria pleiteia aumento de 16%, sendo 9,88% do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) nos últimos 12 meses até agosto mais 5,7% de aumento real. E é contra o abono pelo fato de não ser incorporado ao salário e, consequentemente, ao 13º, às férias, ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e à contribuição ao INSS.

Segundo Moreira, desde a última rodada de negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban, há uma semana, não foi feita nenhuma contraproposta. “Por isso vamos cruzar os braços. A estratégia de mobilização dos bancários será definida na segunda, em outra assembleia”, diz o sindicalista. No Grande ABC, existem cerca de 400 agências bancárias, onde atuam em torno de 7.000 profissionais. “O objetivo é fechar as portas de todos os bancos públicos e privados da região.”

Caso fosse aplicada a correção de 5,5% nos salários, considerando a renda média do bancário nas sete cidades, de R$ 6.500, o aumento seria de R$ 357,50. O reajuste é o mesmo oferecido para os demais benefícios, como vale-refeição, vale-alimentação e PLR (Participação nos Lucros e Resultados). O vale-refeição, de R$ 26, teria incremento de R$ 1,43. “Não dá nem para tomar um café.”

O presidente da Contraf-CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro da CUT), Roberto von der Osten, destaca que os bancos lucraram R$ 36,3 bilhões no primeiro semestre. alta de 27,3% em relação a 2014. “Setores que estão em crise, com retração de produção e vendas, fizeram propostas melhores. É uma irresponsabilidade dos bancos e a resposta indignada vai ser dura.”
 




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