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Aplicativo ajuda cães a encontrarem doadores de sangue
Marília Montich
Do Diário OnLine
16/09/2015 | 12:24
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Arquivo pessoal


Quem já teve seu animal de estimação doente sabe o quanto é triste vê-lo sofrer. Normalmente os donos não medem esforços para recuperar a saúde de seus fiéis companheiros e, nesse processo, não é raro se depararem com uma série de dificuldades.

Pensando em amenizar as adversidades desse momento tão delicado, a agência de publicidade de Recife Casa Comunicação desenvolveu o SangueAmigo, um aplicativo que promove a doação de sangue entre cães.

A ideia partiu do publicitário Thiago Reis após acompanhar de perto o drama de uma amiga. “Foi quando me dei conta de que animais também necessitam de transfusão e percebi a dificuldade que é para encontrá-lo. Na ocasião, ela teve que pagar R$ 400 por uma bolsa de sangue.”

O aplicativo, lançado em junho deste ano, visa ajudar principalmente as ONGs (organizações não-governamentais), que com frequência precisam de sangue para animais recuperados das ruas e não podem arcar com esse gasto. “Também queremos ajudar a divulgar informação, pois pouca gente sabe dessa necessidade”, completa Reis.
Hoje, cerca de dois mil animais estão cadastrados no app, que é grátis e está disponível para as plataformas IOS e Android.

O SangueAmigo funciona em todo o País, mas como foi desenvolvido em Recife, a maioria dos usuários ainda é de lá. Os planos, contudo, são expandir os negócios. “Estamos finalizando a versão em inglês para que o aplicativo seja útil no mundo todo.”

O funcionamento do app é bem simples. Basta cadastrar o número de cachorros que desejar. Os que tiverem os pré-requisitos para serem doadores serão selecionados automaticamente pelo sistema. Caso alguém precise de doação, basta fazer a solicitação e o aplicativo enviará um aviso ao potencial doador mais próximo.Quando o doador aceitar o pedido, o aplicativo abrirá um chat entre os dois e eles poderão combinar o local para a doação.

Ao todo, 20 cães já encontraram doadores através do SangueAmigo. “Até o momento, não registramos nenhum cão salvo do Grande ABC, mas esperamos que esta matéria ajude a divulgar o aplicativo na região. Também estamos abertos para fazer parcerias com ONGs e canis. Quanto mais animais tivermos cadastrados, mais eficiente será o nosso sistema”, diz o publicitário. Os interessados em se tornar parceiros devem acessar o site projetosangueamigo.com.br e enviar uma mensagem por meio do campo “contato”.

Requisitos – Para ser um doador, o cachorro deve ter entre 1 e 8 anos, pesar mais de 25 kg e estar saudável, com vacinação e vermifugação em dia.

No universo canino existem sete tipos de sangue. A ciência ainda não descobriu um receptor universal, mas já se sabe que o tipo DEA 4 pode doar para todos os outros.

“Em uma primeira transfusão, a chance de haver reação é muito improvável. A partir de uma segunda é que se faz o teste de compatibilidade, pois é possível haver uma reação alérgica”, explica a médica veterinária do Hospital-Escola Veterinário da Umesp (Universidade Metodista de São Paulo) Sheila Scandura.

O sangue é retirado, normalmente, debaixo da jugular do animal, onde o calibre é maior e a retirada do material é mais fácil.

Os riscos para quem doa, segundo Sheila, inexistem. “O animal tem que ser saudável. Nesse caso, não há perigo algum. O que ocorre é que às vezes está muito estressado e não conseguimos coletar ou temos que sedá-lo”, explica.

O labrador de São Bernardo Klauss, 8 anos, já doou sangue duas vezes. Em uma delas, a transfusão foi um sucesso e essencial para que o receptor sobrevivesse. “É muito bom saber que estamos ajudando outros animais, que são verdadeiros membros da família. Trata-se de um procedimento rápido e seguro e que deve ser incentivado. Nunca sabemos quando será o nosso cão que vai precisar”, afirma a pedagoga Marleude Dotto, 52 anos. 




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