Setecidades Titulo Saúde
Descentralização sai até dezembro, diz Uip

Secretário estadual de Saúde garante sanar
o problema das filas na entrega de remédios

Por Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
04/09/2015 | 07:00
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Andrea Iseki/Arquivo DGABC


O secretário de Estado da Saúde, David Uip, afirmou que a descentralização na distribuição de remédios de alto custo no Grande ABC, hoje concentrada na farmácia do Hospital Estadual Mário Covas, localizado em Santo André, deve ocorrer até o fim deste ano. O anúncio foi feito ontem, na Capital, durante encontro com mais de 350 gestores municipais para debater medidas de prevenção contra a dengue.

Atualmente, o procedimento é um dos principais gargalos do Hospital Mário Covas. Conforme já noticiado pelo Diário, por diversas vezes neste ano pacientes chegaram a aguardar cerca de cinco horas para retirada de medicamentos.

“Estamos trabalhando para agilizar o processo de descentralização. Mudamos todo o conceito do atendimento de medicamentos na secretaria. O novo grupo que está trabalhando com os prefeitos tem a missão de concluir tudo neste ano. Não dá mais para continuarmos como está”, afirmou Uip.

O governo estadual havia feito proposta para que parte desses remédios, os de menor valor, fosse distribuída pelos municípios, entretanto, a ação foi descartada pelos prefeitos da região em reunião do Consórcio Intermunicipal realizada no início do mês passado.

A sugestão dos chefes do Executivo é que as remessas de medicação possam ser distribuídas nas unidades dos AMEs (Ambulatórios Médicos de Especialidades) de Santo André e Mauá.

Questionado sobre os possíveis locais que poderão distribuir os medicamentos de alto custo, o secretário afirmou que ainda não há definição nesse sentido.

Atualmente, a média de atendimentos na farmácia de alto custo do Mário Covas é de 1.700 por dia.

 

REPASSES

Durante o encontro, o secretário aproveitou a oportunidade para pontuar problemas que agravam a situação da Saúde em todo o Estado, entre eles o corte de repasses. “Vou fazer 40 anos de formado e, durante todo esse período, reclamo das verbas, agora com muito mais ênfase nesses dois anos como responsável pela Pasta. Houve diminuição expressiva dos recursos federais. Nos últimos dez anos, diminuiu, em média, 15%. Esse montante que falta é absolutamente fundamental. Em 2014 o governo federal e o Ministério da Saúde deixaram de enviar para o Estado mais de R$ 1 bilhão, número bastante expressivo. Além disso, estamos tendo muita lentidão no cadastramento de novos serviços e ampliação de leitos”, comentou Uip.

Além da diminuição de verba, o secretário pontuou que é necessário aprimorar a forma que os municípios conduzem seus projetos. “Precisamos melhorar a gestão. Nosso governador (Geraldo Alckmin) mesmo diz que Saúde é gestão, gestão e gestão. É necessário qualificar esse processo.”

O número de processos judiciais, que aumentaram nos últimos anos, e casos de corrupção envolvendo desvio de verba também foram pontuados pelo secretário de Estado da Saúde como desafios.  




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