No bolso do brasileiro não cabe mais tanta conta. Desde o início do ano já foram a energia elétrica, os alimentos e demais itens que compõem a cesta básica e que são essenciais no dia a dia, a água e agora o gás de cozinha, que tiveram os preços elevados. Os moradores do Grande ABC já pagam 22% a mais pelo botijão. Percentual imensamente superior ao reajuste médio do salário dos trabalhadores.

Não bastasse tudo isso, o dragão da inflação segue constante e imbatível em sua missão de nos assustar e destruir os parcos rendimentos que obtemos mês a mês como fruto de nosso trabalho. Pior, parece ganhar cada vez mais fôlego e cresce assustadoramente.

Consumidora ouvida por este Diário revela tristes lembranças de época em que, certamente, gostaria de esquecer. Quando os preços de produtos indispensáveis sofriam aumentos sucessivos, em alguns casos mais de um por dia.

Período esse que parece estar de volta ao nosso cotidiano. Quando o dinheiro se decompunha frente à desvalorização constante e aos altos preços praticados. Tempo que, supúnhamos, havia sido sepultado. Entretanto, ao que tudo indica, estava camuflado por propaganda benfeita e passou a dar as caras no início deste ano, convenientemente após a passagem das eleições.

Nos últimos dias fomos bombardeados por mais um flash do passado que também tínhamos superado, quando o governo federal flertou com a volta da CPMF, imposto criado nos anos 1990 com a boa intenção de custear a Saúde, mas que tornou-se mais um peso no penoso fardo que o povo já carregava.

Cara presidente Dilma, a senhora está (ou deveria estar) cercada por ilustres conhecedores da economia. Cobre deles soluções que possam estancar a sangria de tributos. Que encontrem uma que não seja a elevação na montanha de contas que somos obrigados a equilibrar todos os meses. Lembre-se, a senhora foi eleita também para isso.