A cada dia o direito de ir e vir, estipulado pela Constituição Federal, fica mais complicado para quem mora no Grande ABC. Principalmente se tiver como destino a Capital. As cidades cresceram, as vias não dão conta do número de veículos e as formas de transporte coletivo não suportam a quantidade de pessoas.

Alternativas de Mobilidade Urbana são mais do que bem-vindas e necessitam ser implementadas com a maior urgência para amenizar o sufoco e, ao mesmo tempo, aliviar o tráfego das ruas. Em todo e qualquer grande centro, quem tem a possibilidade de utilizar o Metrô se desloca com mais fluidez e conforto ao trabalho, diversão ou outros compromissos.

O Grande ABC, por sua importância econômica, cultural e histórica, carece urgentemente de ter o seu ramal de Metrô. E essa opção parecia cada vez mais perto quando foi assinado o contrato para a construção da Linha 18–Bronze, há um ano, que ligará a Estação Tamanduateí, na Capital, à Djalma Dutra, em São Bernardo, passando por Santo André e São Caetano.

Entretanto, os dias se passaram e a burocracia impediu o avanço do projeto que, quando implantado, vai facilitar sobremaneira o deslocamento daqueles que por aqui residem. Tudo parou na inércia do governo federal, que parece ignorar a necessidade cada vez maior de que esta linha saia do papel.

Ontem, na Câmara, em Brasília, o ministro das Cidades, Gilberto Kassab (PSD), deu mais um indício de o quanto o governo não se importa com a obra. Ele não conseguiu detalhar o seu cronograma, mesmo sendo enfaticamente questionado. Em maio, este Diário já havia noticiado que o BNDES sinalizou a não liberação de empréstimo de R$ 1,276 bilhão acertado no ano anterior. Além disso, o órgão retirou as garantias de transferência de R$ 400 milhões de verbas do PAC para o projeto.

Mobilidade Urbana é bandeira deste jornal e tema da Carta do Grande ABC, conjunto de normas que direcionam o nosso trabalho. Precisamos de agilidade. E vamos cobrar isso sempre.