Economia Titulo Crise
Vendas de móveis caem 40% na região

Apesar do recuo, Grande ABC segue como polo produtor e comercial, aponta pesquisa

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/08/2015 | 07:18
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Ricardo Trida/DGABC


As vendas de itens de mobiliário tiveram forte queda no primeiro semestre no Grande ABC, com retração de quase 40% na comparação com igual período de 2014, de acordo com estimativa do Sindicato da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região. A baixa procura reflete o cenário econômico e a onda de demissões na região, que fizeram as compras a prazo se retraírem, assinala o presidente da entidade, Hermes Soncini. “O consumidor está mais cauteloso”, diz.

Ele destaca, no entanto, que apesar do desempenho fraco neste ano, a região tem se mantido com papel relevante no Estado de São Paulo tanto como polo produtor quanto de comércio no segmento. É o que aponta pesquisa realizada pelo sindicato em parceria com o Instituto de Ação Tecnológica e Desenvolvimento Inovador divulgada ontem.

De acordo com o estudo, que toma como base números do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2013 e do IPC Marketing, neste ano a indústria moveleira do Grande ABC contabilizou R$ 714 milhões de faturamento, ou 7% do registrado no Estado. A região também representa iguais 7% do total de empresas produtivas e de postos de trabalho nas fábricas paulistas.

Os sete municípios, por esse levantamento, contam com 424 companhias do ramo, das quais boa parte (370 ou 87%) é focada em móveis de madeira, e que geram 6.129 postos de trabalho diretos. Em todo o Estado, são 6.029 indústrias, que correspondem a 22,7% do total no País. Por sua vez, em comércio e serviços de decoração, a região congrega 630 empresas, as quais empregam 5.082 trabalhadores.

Para o presidente do sindicato, os números da pesquisa mostram que o móvel ainda é importante no Grande ABC. Ele salienta ainda que as fábricas já têm feito investimentos nos últimos anos – não neste ano, por causa da crise – para se atualizar tecnologicamente. “No passado tínhamos perfil artesanal e mão de obra intensiva, hoje as fábricas já tem CNC, centros de usinagem”, diz. Apesar disso, o dirigente admite que há a necessidade de aprimorar mais os processos fabris. “Somos menos eficientes que em outras regiões, mas estamos buscando a melhoria tecnológica, junto com o Senai”, diz. Escola do Senai em São Bernardo prepara mudanças na grade curricular para a formação de profissionais mais atualizados com as demandas do setor.

A pesquisa da entidade traz ainda o potencial de consumo de mobiliário e artigos de decoração, ou seja, a disposição dos consumidores em adquirir itens desse segmento. Entre 2010 e 2013, na região houve retração nominal de 1,5% (se for descontada a inflação do período, que foi de 20%, a queda é de 21,5%) nesse potencial no Grande ABC, que passou de R$ 853,9 milhões para R$ 840,9 milhões dois anos atrás. No mesmo período, esse indicador mostra crescimento nominal de 22% no País – foi a R$ 49,9 bilhões.

Entre as preocupações do ramo nos sete municípios, que têm, em grande parte, pequenas e micro indústrias (85%), está a de se antenar com novas tendências, como a divulgação em mídias sociais e o foco em design e em praticidade, além de maior rapidez de entrega, como grandes redes de varejo de mobiliário e decoração fazem.  




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