Política Titulo Editorial
Placar adverso
Do Diário do Grande ABC
25/08/2015 | 08:15
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Aline Pietri/DGABC


Um jogo em que todos saem no prejuízo. Esta é uma das definições para a crise que se abate sobre a indústria metalúrgica do Grande ABC atualmente. As montadoras não vendem, os estoques ficam abarrotados de veículos e os trabalhadores perdem o ganha-pão.

Ontem, a Mercedes-Benz anunciou o corte de 1.500 operários a partir do dia 1º, decisão contra a qual o sindicato da categoria luta usando a ferramenta que mais conhece: a greve. A empresa de origem alemã se apoia no resultado das vendas de caminhões, que entre janeiro e junho registraram queda de 43,1% em relação ao mesmo período de 2014. Justifica ainda que possui excedente de 2.000 pessoas em seus quadros e que não existe saída senão diminuir o número de colaboradores. Isso porque em junho já havia colocado na rua outros 500 trabalhadores.

A contabilidade do ano no quesito demissões de metalúrgicos é extremamente assustadora. Ford, General Motors, Volkswagen e a própria Mercedes já fecharam cerca de 2.500 postos nos oito meses de 2015.

Individualmente, a dispensa confirmada ontem é a maior desde 1998, quando 4.062 trabalhadores aceitaram o PDV (Programa de Demissão Voluntária) oferecido pela Volks e receberam compensação financeira extra para deixar a planta da empresa. Agora, na Mercedes, apenas 40 optaram pelo bônus.

Na cadeia produtiva, o corte de um trabalhador de montadora significa que outros quatro postos serão fechados em indústrias do setor de autopeças. Isso sinaliza problema ainda maior para a economia da região. Principalmente porque, sem salário, estas pessoas precisam rever seus gastos e, certamente, isso vai impactar nos setores de comércio e serviços.

O momento é crítico e para reverter esse jogo será necessária a adoção de medidas muito mais agressivas. O PPE (Programa de Proteção ao Emprego) criado pelo governo federal no mês passado é tímido. Passou da hora de as autoridades arregassarem as mangas e agirem. 




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