Economia Titulo Licenciamentos
Venda de autos novos sobe no mês, mas queda é forte no ano

Melhora de 7% nos licenciamentos em julho não anima representantes das concessionárias; nos sete meses de 2015 há retração de 20%

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
04/08/2015 | 07:01
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Ricardo Trida/DGABC


Em meio ao cenário de economia em retração, as perspectivas do setor automotivo seguem bastante negativas, apesar de as vendas de veículos zero-quilômetro no País em julho terem tido crescimento em relação a junho. De acordo com dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores), foram emplacados 219,4 mil automóveis e comerciais leves no mês passado, 7,23% mais que as 204,6 mil de junho. No entanto, se comparado com julho do ano passado (279,8 mil unidades), houve queda de 21,58%. No acumulado do ano, a baixa é de 20,03%.

Segundo o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, o maior número de dias úteis no mês passado (23 contra 21 em junho) levou ao aumento de vendas de veículos novos. Vale ressaltar que, pela média diária (o total licenciado dividido pela quantidade de dias úteis), houve retração de 2,09%. Com isso, o dirigente mantém as projeções de queda de cerca de 20% para o segmento em 2015.

Os dados apontam ainda que o mercado atingiu o fundo do poço e, agora, deve se manter nesse patamar fraco de comercialização mensal, de acordo com o consultor Valdner Papa, que também é diretor de relações com o mercado da Fenabrave. “Voltamos ao nível de 2007”, diz. Na avaliação de Assumpção Júnior, o desempenho do setor poderia ser ainda pior, não fossem ações como o Festival do Consorciado Contemplado, criado para incentivar a utilização das cartas de crédito de consórcio para a compra de carros e que durou de 1º de maio a 31 de julho.

Para este mês, pode haver nova melhora, já que em agosto não há feriados, avalia o presidente do Sincodiv-SP (Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos no Estado de São Paulo), Octávio Vallejo. Ele também não tem expectativa de retomada na comparação anual, por causa da cautela do consumidor, nesse período de alta do desemprego e anúncios de lay-offs (suspensões temporárias de contrato), licenças-remuneradas e férias coletivas nas montadoras. Ele acrescenta que os bancos seguem extremamente seletivos na aprovação de financiamento. Somente neste ano, na região, dez concessionárias fecharam as portas, totalizando 96 revendedoras.

CAMINHÕES - As vendas de caminhões também tiveram leve expansão em julho (4,8%) frente a junho, mas registram tombo ainda maior do que outras categorias de veículos na comparação anual. Ante julho de 2014, o segmento licenciou 47% menos, com apenas 6.513 unidades vendidas no mês passado. No acumulado do ano, o recuo é de 42%.
 




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