Economia Titulo Contra crise
Comerciantes terão de usar criatividade para driblar a crise

Com expectativa de queda nas vendas para o Dia
dos Pais, lojistas precisarão lançar mão de promoções

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
03/08/2015 | 07:14
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Ari Paleta/DGABC


Com perspectiva de queda real nas vendas de presentes para o Dia dos Pais, comemorado no domingo, dia 9, os comerciantes terão de usar a criatividade para manter os clientes e, quem sabe, driblar a crise e ampliar o faturamento. Segundo representantes do setor no Grande ABC, os lojistas terão de aumentar o leque de opções oferecidas ao consumidor, especialmente com produtos mais baratos. Entretanto, apesar de reconhecerem as dificuldades, as associações comerciais da região não têm campanhas de fôlego para impulsionar os negócios com vista na data.

“A empresa tem que vender, tem que girar o capital. É preferível ganhar um pouco menos, mas ganhar alguma coisa. Mesmo que isso signifique sacrificar um pouco a margem de lucro”, comenta o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Evenson Dotto.

Segundo ele, a entidade está incentivando os associados a realizarem algum tipo de promoção. “Se o comerciante entrar em contato conosco e disser o que vai fazer, nós divulgaremos no nosso site e faremos cartaz para ele, sem custo”, garante.

O presidente da Aciam (Associação Comercial e Industrial de Mauá), Luiz Augusto Gonçalves de Almeida, orienta os lojistas a procurarem produtos mais baratos para oferecer aos consumidores. “Eu não creio que vai haver queda no volume de unidades de presentes, mas sim nos valores. Por isso, o importante é manter as vendas e os clientes.”

Ele concorda que os descontos são boa opção, mas faz um alerta. “O que não pode é trabalhar no negativo. Nós ajudamos o associado a fazer o cálculo de quanto ele pode dar de desconto sem que haja problemas nas finanças”, salienta. Para Almeida, a crise é uma possibilidade para os comerciantes “se reciclarem e reverem conceitos.”

Já o presidente da Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo), Valter Moura, avalia que a principal ameaça é a desconfiança dos clientes. “O consumidor não sabe se amanhã estará empregado e, por isso, evita comprar.” Além das promoções, ele acrescenta que um dos pontos que devem ser levados em consideração pelos lojistas como potencial para aumentar o número de clientes é capacitar os funcionários para que ofereçam melhor atendimento.

As associações que representam o setor no Grande ABC irão focar os esforços em ações promocionais para o fim do ano – Dia das Crianças e Natal – que são datas com maior potencial de faturamento. A alegação da maioria das entidades para não realizar campanhas para o Dia das Mães e o Dia dos Pais é o fato de não possuírem recursos suficientes.

RETRAÇÃO - Pesquisa divulgada nesta semana pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista mostra que o Dia dos Pais deve movimentar aproximadamente R$ 63 milhões no Grande ABC. No ano passado, as vendas ficaram na ordem de R$ 59 milhões. Apesar do aumento nominal, há queda de aproximadamente 2% se levada em consideração a inflação do período, de 8,89%, de acordo com o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

O preço médio por presente deve chegar a R$ 156,06, enquanto o gasto total será de R$ 193,13. A maioria dos entrevistados pretende fazer as compras em Santo André. Os itens preferidos para dar de presente são roupas e calçados, à frente de perfumes e cosméticos.
 




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