A sociedade venceu. A pressão popular fez com que os vereadores de Diadema retrocedessem em um dos episódios mais estapafúrdios da história da Câmara do município, quando seus 21 vereadores, na surdina, deliberaram pelo aumento dos salários em 49%. Felizmente, após duas semanas, foram obrigados a reconhecer o erro e corrigir o nefasto ato, que elevava o valor dos contracheques de R$ 10.192,10 para R$ 15.193,27.

A insatisfação da população de Diadema e das demais cidades do Grande ABC apareceu em abaixo-assinados virtuais, faixas em comércios da cidade e outras formas de protesto. E ganhou ressonância nas páginas deste Diário, que desde a fatídica sessão do dia 16, quando os nobres edis optaram pela majoração dos vencimentos e depois saíram de férias, procurou mostrar o quão inoportuna era tal atitude. Principalmente no momento em que o prefeito diademense sequer teve condições de honrar fração de reajuste (1,39%) que anteriormente havia se comprometido a conceder aos servidores municipais.

O alinhamento deste jornal com os anseios populares, expressos na Carta do Grande ABC (publicada no dia 11 de maio), foi elevado à potência máxima com a insistente recusa dos parlamentares em ouvir a voz da razão. Sob a justificativa de que a manobra tinha respaldo na Constituição Federal, não hesitaram um segundo em agir em benefício próprio, mesmo que isso resultasse em impacto financeiro de R$ 1,26 milhão por ano.

Pois bem. Este Diário não teve outra escolha senão mostrar às pessoas quem eram os responsáveis pelo desatino, com seus nomes, fotos, telefones e endereços eletrônicos publicados na primeira página da edição de ontem. E o resultado apareceu bem rápido. Também por unanimidade eles optaram por revogar a medida.

A boa notícia de hoje, além de significar incontestável vitória da sociedade, é um aviso direto para os ocupantes das Casas de Lei dos outros seis municípios da região.