Política Titulo Mudança de viés político
Para compensar Atila, PCdoB discute elo com Morando

Diretório estadual debate com Alckmin chance de apoio nas duas cidades do Grande ABC

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
26/07/2015 | 07:28
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Marina Brandão/DGABC


O PCdoB estadual tem reunião nesta semana com o governador Geraldo Alckmin (PSDB) para discutir abertamente a possibilidade de composição entre comunistas e tucanos em ao menos um terço das cidades do Estado. Na pauta estará a ratificação de nome próprio do PCdoB em Mauá com o PSDB de alicerce e de apoio comunista ao projeto majoritário do tucanato de São Bernardo.

Em Mauá, o nome do deputado estadual Atila Jacomussi é consenso no diretório paulista do PCdoB, mas o PSDB quer o parlamentar estadual no tucanato para tentar impedir a reeleição do prefeito Donisete Braga (PT). Por enquanto, Atila quer se manter no PCdoB – até pelo receio de perda da cadeira por infidelidade partidária – e busca ter um nome do PSDB como seu vice.

Atila não fala abertamente em candidatura própria, mas a tendência se acentuou desde que houve rompimento formal com Donisete, em abril, o que resultou na exoneração de todos funcionários de confiança do comunista na Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá).

A contrapartida regional pode ser selada em São Bernardo. O deputado estadual Orlando Morando está quase ratificado para ser o representante do PSDB na corrida sucessória de 2016 e busca engrossar sua lista de aliados. O PCdoB hoje está no arco de alianças do prefeito Luiz Marinho (PT), contudo, não tem nenhum compromisso em estender a parceria para o indicado do petista – deve ser Tarcisio Secoli, hoje secretário de Serviços Urbanos.

O PCdoB tem dois vereadores em São Bernardo: José Walter Tavares e Martins Martins. O primeiro chegou a ser vice do deputado federal Alex Manente (PPS) na candidatura majoritária em 2008, quando Marinho foi eleito pela primeira vez. O segundo esteve ao lado de Morando na mesma eleição, em busca de cadeira de vereador pelo PSDB – com 3.873 votos, fracassou.

Dirigentes estaduais do PCdoB estimam que em 35% das cidades paulistas comunistas pedirão votos a tucano ou vice-versa. É a mais clara mudança política do partido, que tem trajetória alinhada com o PT – parceria essa que só se acentuou com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Presidência do País, em 2002. O PCdoB, nas eleições gerais do ano passado e de 2012, também levantou o braço de petistas: Nivaldo Santana (PCdoB) foi vice de Alexandre Padilha (PT) na corrida ao governo do Estado (perdeu no primeiro turno para o governador Geraldo Alckmin, PSDB, reeleito) e Nádia Campeão dividiu chapa com Fernando Haddad (PT) na campanha vitoriosa à prefeitura de São Paulo há três anos.

Duas outras cidades estarão na pauta da reunião com Alckmin: São Paulo (onde se discute não caminhar com Haddad) e Jundiaí, onde o prefeito Pedro Bigardi tentará reeleição. No município do Interior, PCdoB já sinalizou rompimento com o PT ao não pedir votos para Padilha na eleição passada – o candidato defendido foi Paulo Skaf (PMDB).




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