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Lula compara os opositores de Dilma e do PT a nazistas

Em Santo André, ex-presidente argumenta haver perseguição e criminalização de petistas pela elite: ‘Estou de saco cheio’

Fábio Munhoz
Raphael Rocha
25/07/2015 | 07:17
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Ricardo Trida/DGABC:


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou os opositores da presidente Dilma Rousseff (PT) aos “nazistas que criminalizavam o povo judeu” na Segunda Guerra Mundial. O maior expoente do petismo também chamou de “canalhas” setores da sociedade que defendem o impeachment de sua pupila.

“Estou cansado de mentiras e de safadezas. Estou cansado de agressões à primeira mulher que governa este País. Estou cansado de ver o tipo de perseguição e o tipo de criminalização que temos contras as esquerdas neste País. Eu tenho a impressão que, muitas vezes, com a gente vê na televisão, parece os nazistas criminalizando o povo judeu. Parece os romanos criminalizando os cristãos”, discursou Lula, durante a posse da nova diretoria do Sindicato dos Bancários do ABC, no Clube Primeiro de Maio, em Santo André.

Boa parte da fala de Lula foi direcionada aos que pedem publicamente a saída de Dilma. Diversos pedidos de impeachment estão em trâmite no Congresso Nacional – duas vertentes são pelo envolvimento da campanha dela com ilícitos descobertos na Operação Lava Jato e pelas pedaladas fiscais no exercício de 2014 contestadas pelo TCU (Tribunal de Contas da União).

“Sinceramente, eu ando de saco cheio. Ando profundamente irritado. Porque pobre andar de avião começa a incomodar, pobre ir em restaurante começa a incomodar, pobre querer fazer universidade começa a incomodar. Pagar um salário decente e garantir aposentadoria para a empregada doméstica começa a incomodar. Isso explica um pouco o ódio e a atitude até, de certa forma, canalha de alguns segmentos deste País”, afirmou.

O ex-chefe da Nação não fez nenhuma menção aos casos de corrupção que atingem em cheio o PT e a presidente Dilma, que nesta semana chegou à casa dos 7% de popularidade. Também não comentou sobre investigação do MPF (Ministério Público Federal) contra ele por suposto lobby e tráfico de influência a favor da Odebrecht em licitações internacionais.

“Eu nunca tinha visto na vida pessoas que se diziam democráticas e que não aceitaram até agora o resultado de uma eleição que elegeu uma mulher presidente da República. Eu sei que é difícil para uma parte da elite brasileira suportar que tenha sido um metalúrgico que só tenha o diploma primário a passar para história do País como o presidente que mais colocou estudantes universitários nas universidades do Brasil. É difícil eles suportarem que nós, em apenas 12 anos, conseguimos colocar nas universidades brasileiras mais alunos do que eles colocaram em um século”, contextualizou.

Lula também citou haver clima de ódio e de intolerância no País desde a eleição. O ex-presidente, porém, não falou sobre Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, que recentemente anunciou migração para oposição a Dilma e, horas depois, mandou instalar CPIs incômodas ao governo: a do Fundos de Pensão e do BNDES.




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