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Após 1 ano, família de jovem morto a tiros espera justiça

Danilo de Paula de Oliveira, 26 anos, foi alvejado na porta da pizzaria em que trabalhava em Ribeirão Pires; investigação não aponta suspeito

Por Yara Ferraz
Do Diário do Grande ABC
24/07/2015 | 07:00
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Denis Maciel/DGABC


Há um ano, o motoqueiro Danilo de Paula de Oliveira, 26 anos, saiu para trabalhar por volta das 19h no bairro Quarta Divisão, em Ribeirão Pires. Ele exercia a função de topógrafo durante todo o dia e a noite era entregador em uma pizzaria. O jovem tinha sonhos de se especializar na área da topografia, casar e constituir família. Mas também tinha desilusões. Havia acabado de enterrar o filho Davi, vítima de complicações por nascer prematuro, e ainda se recuperava da tragédia,

Às 21h30 veio um telefonema. Perto do aniversário da mãe, Danilo se preocupava com o presente. “Mãe, a gente precisa ver o que vai fazer para sua festa. Outra coisa, decidi que vou parar de trabalhar na pizzaria. A carga é muito grande e, com esse meu emprego de topógrafo, já consigo pagar as contas. Te amo. Beijos.”

Por volta das 22h, um carro com quatro homens passou em frente ao estabelecimento. Foram disparados 11 tiros e Danilo morreu na hora. Junto com ele foi enterrada a alegria de toda a família, que hoje luta por justiça. Há um ano, ainda não há informações sobre os autores do crime.

A mãe Célia de Paula de Oliveira, 51, afirmou que, com a morte do filho, a rotina mudou. “O meu mundo acabou, assim como toda a nossa paz e alegria. Ele era um menino bom, que sempre se preocupou muito com a gente. Nunca teve problema com ninguém. Aí vem outras pessoas e tiram a vida dele. É difícil de acreditar”, disse.

A irmã mais nova, Dayana de Paula de Oliveira, 24, também tem dificuldades de aceitar a tragédia. “No dia em que ele morreu, estava preocupado comigo, porque eu não estava bem. Ouvi os gritos me chamando e, quando cheguei ao local, ele já estava morto. Éramos muito apegados e a impressão é que nada mais faz sentido”, contou, emocionada.

Mesmo após um ano da morte do motoboy, a família não tem informações sobre suspeitos nem nada que diga respeito à investigação da Polícia Civil. A morte do rapaz, que aparentemente não tinha problemas ou inimigos, ainda é um mistério.

Célia, não se conforma. Vai mensalmente à delegacia conversar com os investigadores. Durante esse período, houve troca de delegado titular e de alguns agentes, mas a família garante que não deixará o caso cair no esquecimento. Já foram organizados protestos em frente ao local. “Eles chegaram a falar que estão seguindo uma linha de investigação e que tem um suspeito, mas dizem que não podem dar mais informações porque atrapalha o trabalho. Quando alguém sai de lá, a outra pessoa não sabe do que se trata e ficamos nessa, sem saber de nada. Além da dor da perda, a gente sente que as autoridades não fazem nada”, disse a irmã.

A família conseguiu encontrar um pouco de conforto na religião. Célia e Dayana viajam mensalmente a um centro espírita no Interior para receber cartas psicografadas que nem sempre vem. Mesmo com o questionamento de parentes, as palavras do médium ajudam a fortalecer a família.

Em uma das cartas, Danilo chegou a dizer que não tinha sofrido nenhuma dor e que havia perdoado os seus assassinos. “Ele precisa da gente forte aqui e nós estamos tentando. Mas tudo mudou desde a morte dele”, disse a mãe.

“Prometi para o meu irmão que ia lutar por justiça e não vou desistir até que os responsáveis estejam presos”, afirmou Dayana.
 




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