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Atila critica decisão de sindicância; Donisete assegura caráter técnico

Comissão da gestão em Mauá apontou irregularidades na ligação de cavaletes de água no Jd.Itapeva quando comunista liderava a Sama

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
24/07/2015 | 07:03
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O deputado estadual Atila Jacomussi (PCdoB) contestou a decisão da comissão de sindicância da Prefeitura de Mauá, que apontou existência de irregularidades em ligações de cavaletes de água na Viela Kossap, no Jardim Itapeva, quando ele estava à frente da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá). O prefeito Donisete Braga (PT) rebateu, afirmando que o resultado foi tomado por avaliação técnica da denúncia.

Na quarta-feira, o grupo publicou oficialmente a decisão e indicou que houve ilegalidade nas conexões de tubulações no bairro. O local é alvo de ocupação e não está totalmente regularizado, por isso não tinha água legalizada. Moradores denunciaram no ano passado que a ligação foi prometida por Atila em troca de votos à sua campanha de deputado estadual, o que ele nega. Atila foi eleito em outubro.

Segundo o deputado estadual, a Sama, enquanto ele esteve no comando, e a Polícia Civil apuraram as acusações e que nenhuma irregularidade foi encontrada. “Foram ligações comunitárias. Houve investigação e chegou-se à conclusão que não houve problema. Houve investigação técnica, da Sama, e policial. Para mim, essa decisão é equívoco e lamentável”, declarou o comunista, sinalizando que a decisão do caso foi política. “Parece querer antecipar a eleição.”

Atila afirmou estar “tranquilo” sobre o andamento da sindicância. Com o resultado da comissão, ficou aberto o PAD (Processo Administrativo Disciplinar), etapa que apontará os responsáveis pelas irregularidades indicadas anteriormente. “Sei que não houve problema.”

Donisete Braga rechaçou quaisquer possibilidades de o veredicto ter sido tomado por viés político. Donisete e Atila romperam relações em abril, depois de dois anos e meio de parceria, firmada no segundo turno da eleição de 2012.

“Conversei hoje (ontem) com o Admir Jacomussi (PRP, vereador e pai de Atila) e expliquei a situação. A sindicância é administrativa. É responsabilidade da Prefeitura apurar qualquer denúncia que chega. Se eu não faço, prevarico”, justificou o petista. “Não teve nada de caráter eleitoral, tanto que nenhum nome foi colocado como culpado.”

O chefe do Executivo garantiu isenção da comissão de sindicância, a despeito de grande parte de seus componentes ser filiada ou simpatizante do PT – o presidente do bloco é José Manuel de Lira (PT), ouvidor na gestão de Oswaldo Dias (PT). “São quadros técnicos do Jurídico da administração. Ninguém vai acusar ninguém de maneira leviana. Todos lidamos com a máquina pública. Ele (Atila) sabe quem foi que denunciou”, adicionou.

Sindicância aberta por Atila ainda em sua gestão foi comandada por Israel Aleixo, seu assessor de confiança, e não apontou irregularidades. A apuração da Prefeitura foi reaberta em maio, depois de Atila e seus indicados deixarem a administração por causa do rompimento político.

CRIME ELEITORAL
Ontem, por unanimidade, o TRE-SP (Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo) rejeitou representação eleitoral contra Atila por causa das ligações de água no Jardim Itapeva. A Corte entendeu que não ficou caracterizado crime eleitoral no episódio. Com a decisão, fica homologada a votação de Atila em outubro, que lhe garantiu uma das 94 cadeiras na Assembleia Legislativa. Há possibilidade de recurso em Brasília.




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