Política Titulo Editorial
Crise, crise e mais crise
Por Do Diário do Grande ABC
03/07/2015 | 08:00
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Aline Pietri/DGABC


As notícias que mais proliferam na seara econômica nos últimos tempos não são, infelizmente, auspiciosas. Ontem, números divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores engrossaram ainda mais o caldo do pessimismo. O ritmo de comercialização de veículos no Brasil recuou oito anos, para 2007. As expectativas são as piores. O mercado estima vender em 2015, por exemplo, 45% menos caminhões do que no ano passado. “Chegamos ao fundo do poço”, resumiu, com precisão, a consultora Maria Tereza Fernandes.

Se a situação é extremamente preocupante no Brasil em geral, torna-se particularmente inquietante no Grande ABC, onde a economia gira em torno da cadeia automotiva. Sede de seis grandes montadoras, a região depende sensivelmente do humor do segmento para garantir o bem-estar da população das sete cidades. Impostos e postos de trabalho gerados pelas empresas do setor impulsionam o bloco.

Como manter o otimismo sabendo que as estatísticas relacionadas à produção e à comercialização de seu principal bem se desintegra dia após dia? O momento é terrível. Levantamento da Fenabrave mostra que, por causa do desaquecimento dos negócios, 492 concessionárias fecharam suas portas no Brasil apenas nos seis primeiros meses do ano. A questão se coloca: se ninguém compra, para que produzir? A conta não fecha.

As companhias, evidentemente, tentam se adaptar às circunstâncias, colocando funcionários em férias coletivas ou recorrendo aos lay-offs, suspensões temporárias de contrato. Até quando terão fôlego? O Diário, evidentemente, não se regozija ao dar notícias negativas com tamanha assiduidade. O que motiva o jornal a manter o foco nos problemas econômicos do Grande ABC, colocando-os sob holofotes, é o compromisso que possui com a informação precisa. E que a enxurrada de episódios ruins acabe por sensibilizar aqueles que podem fazer algo para que, dentro de algum tempo, os veículos de comunicação deixem de falar apenas em crise, crise e mais crise. Que a luz no fim do túnel se acenda. 




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