Estatísticas oficiais sobre o registro de ocorrências de furtos e roubos de veículos no Grande ABC, fornecidas pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, mostram que houve redução nas duas modalidades criminais. A primeira caiu 27,15%. A segunda foi ainda maior, 31,53%. Ao ser questionado sobre os motivos de os números terem oscilado para baixo, o comandante da Polícia Militar na região, coronel Marcelo Cortez Ramos de Paula, citou a Lei do Desmanche, em vigor há exato um ano.

O oficial da PM afirmou que existem outros fatores, mas destacou a importância da legislação que obriga todos os estabelecimentos que comercializam peças automobilísticas usadas a possuírem ficha no Detran (Departamento Estadual de Trânsito). O cadastro facilita a fiscalização dos endereços e, como consequência, inibe que vendam produtos originados de ações criminais. Se, porventura, desviarem-se do caminho, estão sujeitos a punições.

Doze desmanches que operavam com algum ponto em desconformidade com a lei, aliás, foram fechados no Grande ABC desde 1º de julho de 2014, quando as regras mais restritivas passaram a vigorar. As sanções aos estabelecimentos flagrados praticando irregularidade são bastante severas, variando de multas até mesmo a cassação da inscrição do proprietário no cadastro de contribuintes do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços).

Quando sancionou a lei, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) disse esperar que ela gerasse exatamente o resultado positivo que se colhe hoje, derrubando assaltos e furtos de veículos. A primeira parte, portanto, está consolidada. É preciso que agora a redução vista nas estatísticas de Segurança pública sirva para justificar a queda no valor cobrado dos clientes pelas empresas de seguro automotivo. Os preços, como sabem todos aqueles que têm carro protegido por apólice, são exorbitantes. Como um dos componentes do custo do serviço é exatamente o índice criminal, espera-se que quando um caia, o outro faça o mesmo.