Quando foi deflagrada no fim de março, a PF e o Ministério Público Federal divulgaram que a operação tinha como alvo 74 processos no valor de R$ 19 bilhões, soma superior aos desvios encontrados pela Operação Lava Jato que investiga esquema de corrupção na Petrobras. O jornal O Estado de S. Paulo apurou, contudo, que até o momento o valor apurado não chega a R$ 6 bilhões.
Em conversas reservadas, investigadores afirmam ter sido um erro a comparação com a Lava Jato, discurso que deixou de ser repetido.
Há ainda queixas entre investigadores sobre a atuação da PF que conduziria o caso de forma centralizadora e da Justiça que não prorrogou interceptações telefônicas e rejeitou pedidos de prisão.
O esquema no Carf é investigado por uma força tarefa da PF, MPF e Receita Federal. O caso foi iniciado a partir de denúncia anônima do conselheiro Paulo Roberto Cortez à Receita Federal e depois à PF.
Segundo ele, conselheiros recebiam propina para atrasar processos de grandes empresas que discutiam dívidas do "tribunal administrativo da Receita", reduzir ou até mesmo anular multas. É a primeira vez que o órgão é investigado.
Cortez, contudo, se recusou a fazer delação premiada por temer represálias e hoje é um dos principais investigados. É dele a frase que resumiu o esquema no tribunal da Receita: "Quem paga imposto é só os coitadinhos (sic). Quem não pode fazer acordo, negociata, se f...", disse a um interlocutor, em conversa interceptada pela PF. Os conselheiros serão os primeiros alvos das denúncias da Zelotes, que devem começar a ser apresentadas pelo MPF neste mês.
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