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FMABC planeja expandir número de vagas em Medicina

Faculdade aguarda autorização do Ministério da Educação para ampliar de 110 para 160 estudantes selecionados a cada vestibular do curso

Por Camila Galvez
Do Diário do Grande ABC
28/06/2015 | 07:00
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Marina Brandão/DGABC


A FMABC (Faculdade de Medicina do ABC) aguarda autorização do MEC (Ministério da Educação) para ampliar de 110 para 160 o número de alunos de Medicina selecionados a cada vestibular. Ainda não há prazo para aprovação da proposta na Pasta, mas, do total de vagas em ambos os casos, dez são destinadas ao ProUni (Programa Universidade para Todos), do governo federal.

Mas nem só de Medicina vive a instituição, como faz questão de lembrar seu diretor, o médico Adilson Casemiro. “A instituição conta com nove cursos na área da Saúde e total de 2.000 alunos de graduação, sendo 600 deles em Medicina”, destaca.

Casemiro lembra do início da FMABC na região, há 46 anos. A implantação da faculdade, segundo ele, só foi possível porque a Prefeitura de Santo André cedeu o espaço para instalação do campus, no bairro Príncipe de Gales, a de São Bernardo disponibilizou o Hospital Anchieta como centro de ensino prático e a de São Caetano entrou com recursos. “A assistência médica na região na década de 1970 era fraca. Hoje vários dos avanços tecnológicos, como cirurgias cardíacas, oftalmológicas, videolaparoscopia e transplantes, foram alcançados e difundidos por nós. A população não precisa mais sair do Grande ABC para ser atendida.”

Somente nos ambulatórios de especialidades instalados no próprio campus são realizados 130 mil atendimentos por ano, quase o equivalente a uma São Caetano, que tem 157 mil habitantes, de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O diretor destaca ainda o papel de produtora de conhecimento da instituição. “São 350 artigos publicados por ano na área de assistência à Saúde. Temos hoje 420 alunos em residências, sendo 380 em Medicina e 40 multiprofissionais”, explica Casemiro.

Além do levantamento com base nos dados do MEC, a graduação em Medicina tem nota 5 no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) e aprovação de 68% no exame do Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo), que avalia a formação médica no País. Com os bons resultados, o último vestibular do curso atraiu em torno de 65 candidatos por vaga. “A instituição é histórica e reconhecida não apenas na região, mas no Brasil. Nossos médicos têm o padrão de qualidade exigido pelos pacientes em uma região como a nossa”, garante o diretor.

Para diretor, governo errou com o Fies

Para o diretor da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Adilson Casemiro, o Fies (Financiamento Estudantil) foi um erro no sentido de não apresentar regras para seu uso até este ano, quando foi alterado pela presidente Dilma Rousseff (PT). Entre as exigências recém-solicitadas estão nota mínima de 450 pontos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) e conceito máximo dos cursos, além de limitar em 6,41% o reajuste das mensalidades das instituições.

“Muita gente buscava (o Fies) como negócio. Era um financiamento fácil, sem muitas exigências e com longo prazo para pagamento. Com as novas regras e a instabilidade no sistema, alunos foram prejudicados, mas muitos têm condições de pagar.” Segundo o diretor, desistências foram poucas e se concentraram naqueles que sequer chegaram a fazer matrícula no primeiro ano.

O governo alega que as regras foram implementadas na tentativa de “corrigir erro cometido” desde a criação do benefício. Com isso, o controle do acesso às vagas deixou de pertencer ao setor privado.

Sobre a chegada de novas instituições de ensino particulares que oferecerão Medicina na região em parceria com o programa Mais Médicos, Casemiro se diz cético. “Não resolve o problema de falta de médicos no País, porque os profissionais continuarão concentrados nos grandes centros. Dar o ensino a capitalistas não garante a formação de qualidade e atrai apenas aqueles que podem pagar.” 




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