Economia Titulo Mercado de trabalho
Desemprego cresce pelo terceiro mês seguido na região

Percentual de pessoas sem trabalho chega a 12,7%, maior patamar para maio desde 2010

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
25/06/2015 | 07:06
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Denis Maciel/DGABC


O desemprego cresceu, pelo terceiro mês consecutivo, no Grande ABC. Em maio, atingiu 180 mil pessoas, 10 mil a mais que em abril, de acordo com pesquisa realizada pela Fundação Seade e pelo Dieese. Pelo estudo, o percentual de pessoas sem ocupação na região chegou a 12,7% da PEA (População Economicamente Ativa, ou seja, o total dos que estão no mercado de trabalho, ocupados ou em busca de colocação profissional). O índice, para esse mês do ano, é o maior desde 2010 (quando alcançou 13%), e preocupa, segundo os analistas.

O coordenador de análises do Seade, Alex Loloian, assinala que, tradicionalmente, nesse período, aumenta o número de pessoas que saem em busca de emprego. Por causa disso, a PEA cresceu em 10 mil em relação a abril. O que não é normal, aponta Loloian, é o nível de ocupação, que não aumentou – se manteve estagnado em 1,238 milhão. Isso significa que as empresas dos sete municípios, de forma geral, não ampliaram vagas de um mês para o outro. Pior: na comparação anual (ou seja, em relação a 12 meses antes), foram fechadas 41 mil vagas em maio, e já são nove meses seguidos de redução nos postos.

A situação também é preocupante porque os setores de serviços, que vinham puxando para cima as admissões nos últimos anos, agora estão fechando vagas. Na comparação mensal, esses segmentos (que incluem atividades que atendem indústrias, como serviços financeiros, seguros, consultoria, manutenção e limpeza, entre outras) fecharam 12 mil vagas.

Surpreendentemente, pela pesquisa, o setor industrial gerou 15 mil vagas no mês (em relação ao contingente de abril). O dado contrasta com os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, que apontou o fechamento de 1.903 vagas nas fábricas da região. Porém, é preciso ressalvar que esse último levantamento se refere aos empregos com carteira assinada, enquanto a pesquisa do Seade/Dieese inclui também os sem carteira e autônomos – e esta última categoria cresceu em 11 mil no mês passado. Loloian cita ainda que, nos primeiros três meses do ano, o nível de ocupação nas indústrias da região era o mais baixo da série da pesquisa, desde que foi revisada em janeiro de 2011.

RENDA -O poder de compra da população empregada na região se reduziu em R$ 100 milhões em abril na comparação com mesmo mês de 2014. Isso por causa da queda da massa de rendimentos (o valor médio multiplicado pelo número de trabalhadores), que diminuiu 6,5% e atingiu cerca de R$ 2,7 bilhões há dois meses.

A massa vem em retração porque as empresas fecharam vagas e também porque o rendimento médio dos ocupados vem encolhendo. Caiu 4,3% (em termos reais, ou seja, já descontada a inflação) em abril, na comparação com mesmo mês de 2014, aponta o estudo do Seade/Dieese. Na média, quem está empregado está recebendo, em média, R$ 2.161 nos sete municípios.  




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