O vídeo de um menino vítima de bullying se vingando do agressor em uma escola norte-americana virou febre na net. O tema também está sendo discutido no espetáculo Jeremias Não quer Mais Sonhar, da Cia. Ciabatta, que faz apresentação sábado, no Jabaquara.

A peça acompanha o sofrimento do tímido e solitário Jeremias, 16 anos. Na escola, é agredido por colegas, principalmente por Betão e a namorada. Em casa, vive trancado no quarto e não recebe atenção dos pais. O garoto sonha com um mundo melhor, mas está no limite e resolve tomar decisão radical. "O bullying sempre aconteceu, mas agora ganhou nome. Queria chegar com esse tema ao público jovem para abrir a discussão", explica Marcos Lopes, roteirista e diretor do espetáculo.

Dois elencos se revezam para as apresentações. Leonardo Silveira, 18 anos, um dos interprétes do protagonista, já sentiu na pele as mesmas dificuldades de seu personagem. "Sofri preconceito ao querer ser ator. Muita gente faz ligação da arte com homosexualidade", conta Leonardo, que se sente privilegiado por abordar o assunto. "É importante falar sobre isso."

José Carlos Jordão, 23, que faz o papel do agressor Betão, lembra que, às vezes, a vítima é excluída dentro da própria casa. "Muitas se calam e o problema piora. Também acho que os agressores têm problemas que precisam ser resolvidos. É complicado demais."

ONDE - Jeremias Não Quer Mais Sonhar, Teatro Ressurreição (Rua dos Jornalistas, 123, tel.: 4003-2330), Jabaquara, São Paulo. Hoje (20), às 18h30. Ingresso: R$ 20 e R$ 40 (www.teatroressurreicao.com.br)