Economia Titulo Demissões
Emprego na construção cai pelo 5º mês seguido

Em 12 meses, 4.267 postos de trabalho foram fechados no setor no Grande ABC

Fabio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
02/06/2015 | 07:05
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André Henriques/DGABC


A construção civil no Grande ABC registrou queda no nível de emprego pelo quinto mês consecutivo. No acumulado de 12 meses até abril, 4.267 postos de trabalho foram fechados no setor nas sete cidades, o que representa encolhimento de 8,63% nas ofertas de ocupação no setor. O desempenho foi pior do que a média estadual (-6,77%) e o segundo mais alarmante entre as regiões de São Paulo pesquisadas, atrás somente de Presidente Prudente (-24,7%).

Apenas neste ano, 3.760 operários foram demitidos, diminuição de 7,65% no total de vagas na comparação com o mesmo período de 2014. Em abril, 53 postos foram fechados, retração de 0,12%.

A diretora regional do SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) para o Grande ABC, Rosana Carnevalli, avalia que a queda no nível de renda da população e as restrições ao crédito diminuem a procura por imóveis novos. “Com a insegurança na economia, muitas pessoas acabam evitando, nesse momento, um investimento a longo prazo”, comenta.

As demissões no setor também são impulsionadas, na opinião dela, pelas mudanças nas leis municipais de zoneamento. “Em 2010, quando tínhamos muitos lançamentos no Grande ABC, boa parte dos zoneamentos foram alterados de forma mais restritiva”, explica. Ou seja, os planos diretores das cidades passaram a liberar menos áreas para uso das construtoras.

No acumulado de 12 meses, o único município da região que apresentou aumento no nível de emprego no setor até abril foi Mauá, onde foram criados 344 postos de trabalho, elevação de 9,03%.

Para Rosana, uma das explicações é o fato de a cidade possuir terrenos cujo valor do metro quadrado é inferior ao observado em municípios vizinhos. “Nesse contexto, surgiram empreendimentos voltados ao Minha Casa, Minha Vida (programa do governo federal voltado à habitação popular). Seria impossível fazer o mesmo produto em Santo André ou São Caetano por conta do preço”, salienta. 




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