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Calçados e solidariedade se encontram no Nova Gerty

Loja de José Antônio Montilha, o Zé da Shalako, em S.Caetano recebeu visitas de famosos expostos em fotos de mural

Nelson Donato
Especial para o Diário
02/06/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


A Rua Visconde de Inhaúma, no bairro Nova Gerty, é conhecida como um dos centros comerciais de São Caetano. Famoso e tradicional por lá é o Zé da Shalako Calçados.

Estabelecido há 45 anos no local, o proprietário da loja, José Antônio Montilha, 64 anos, é uma daquelas pessoas cheias de histórias para contar e muita disposição para melhorar sempre.

O curioso apelido surgiu na década de 1970, quando o comerciante frequentava bailes em Santo André. “Vi o nome ‘Shalako’ em um belo cartaz e decidi batizar a loja com ele. Posteriormente, descobri que era nome de um filme.” A película, ambientada no Velho Oeste, foi lançada em 1968 e estrelada pelo eterno James Bond, Sean Connery.

Montilha conta que fez parte do clube dos lojistas. A entidade foi uma das responsáveis pelo crescimento da antiga Vila Gerty, com suas ações de divulgação que embelezavam o bairro e atraíam mais compradores. “Na época do Natal, este era o lugar mais enfeitado da região, fazíamos questão de decorar tudo.”

Outra recordação que lhe faz sorrir é a escuderia Shalako. O grupo fez diversos atos solidários e participou de várias gincanas promovidas por lojistas na região. O comerciante relembra, saudoso, das façanhas da época. “Para participar das competições, tínhamos que arrecadar 500 cobertores e muitos agasalhos como forma de pagar a inscrição.”

As tarefas impostas nos eventos eram desafiadoras, e algumas bem curiosas. “Lembro que uma das missões era conseguir uma gravata autografada do Silvio Santos durante um programa ao vivo. No fim, todas as escuderias levavam as prendas para um grande palco em frente ao Estádio Anacleto Campanella, onde era feita a contagem dos pontos.”

Torcedor do Santos Futebol Clube, ele mostra com uma pontinha de inveja uma foto que sua irmã tirou com o Rei Pelé. “Foi uma das tarefas de uma gincana. Ela conseguiu uma foto com o Roberto Rivelino no mesmo dia. Uma pena que só deixavam uma pessoa entrar.”

O mural da loja do Zé da Shalako é repleto de fotos de celebridades, muitas tiradas durante visitas ao seu estabelecimento. Atores que participaram de novelas, grupos musicais, todos registrados nas fotografias. “Deixo elas aqui para mostrar que falo a verdade”, exalta ele, em tom descontraído.

Uma das visitas mais ilustres foi a do apresentador Rodrigo Faro, que na época interpretava o jogador de futebol Renildo na novela Suave Veneno, escrita por Aguinaldo Silva e exibida em 1999. “Na época ele não era tão famoso e ficou surpreso e emocionado quando encontrou a loja cheia de fãs. E ele não esqueceu de mim. Recentemente, durante o programa que apresenta, me mandou um abraço.”

A química do bolo e da alegria está no bairro

Quem passa pela Rua Manoel Augusto Ferreirinha, no bairro Nova Gerty, sente de longe o cheirinho gostoso de bolo caseiro que saiu do forno há pouco tempo. O aroma vem da confeitaria de um homem que trabalhou como farmacêutico durante vários anos, mas decidiu investir em outro ramo.

Roberto Barbosa, 54 anos, viu um momento de crise como chance de entrar de cabeça no empreendimento, após observar que as grandes redes dominavam o seguimento. A ideia surgiu da sua filha, que buscou receitas na internet e as aprimorou com o tempo. “Somos proprietários de um restaurante e decidimos comercializar doces. Dessa maneira nasceu o conceito que utilizamos. A ideia é fazer um bolo simples, com qualidade e preço acessível, diferente do que vemos por aí hoje.”

O fato de a família ser proprietária de um estabelecimento no ramo gastronômico influenciou a decisão de Barbosa, assim como a popularização de programas do seguimento. “A ideia de transformar produtos brutos em algo que satisfaz as pessoas é maravilhosa. A química que este processo envolve me fascina.”

Com brilho nos olhos, ele exalta que a felicidade de criar algo é única. “É lindo ver tudo tomar forma. Estou satisfeito com essa transição de farmácia para confeitaria.”

Mas ele não para no tempo. A busca por aprimoramentos é constante, assim como o atendimento diferenciado. A simpatia e a vontade de agradar do confeiteiro são contagiantes. Sempre com um sorriso no rosto, ele atende os clientes de maneira única e apresenta suas receitas para todos. “Busco sempre inovar nos ingredientes. Quero oferecer produtos cada vez melhores.”

Apesar do grande sucesso alcançado ao longo de um ano e meio, Barbosa permanece humilde e afirma que qualquer um pode fazer bolos e pães. “Basta seguir a receita. É química pura, as reações são sempre as mesmas. Se os ingredientes forem colocados na medida correta, a chance de dar tudo certo no fim é enorme.” 




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