A crise financeira pela qual passa o Flamengo tem provocado conseqüências desastrosas no clube carioca. Como se não bastassem os salários atrasados dos jogadores, que já começaram a protestar contra a diretoria, o rubro-negro também deixou de pagar a alimentação do urubu – mascote do clube –, que está no zoológico do Rio, sem receber os R$ 500 mensais. Para piorar, Romário ganhou na quarta-feira uma causa na Justiça de US$ 4,5 milhões contra sua ex-equipe. Numa tentativa de solucionar os problemas, os dirigentes deram um ultimato à parceira ISL, que tem até segunda-feira para saldar suas dívidas com o Flamengo, sob pena do clube rescindir o contrato de parceria.

O vice-presidente jurídico do rubro-negro, Almir Bocayuva, disse nesta quinta que o clube vai esperar no máximo até o início da próxima semana para receber da empresa suíça o restante da última parcela, referente ao mês de março. Se a verba não for depositada, a decisão será encaminhada ao presidente Edmundo Santos Silva, que poderá encerrar a parceria. Pelo que ficou acordado no contrato entre as duas partes, o Flamengo tem direito a receber cerca de R$ 5 milhões mensais da ISL. Mas no último mês, a empresa não pagou integralmente a mesada, o que tem causado muitos problemas para os dirigentes rubro-negros, principalmente quanto aos salários atrasados dos jogadores.

O zagueiro Gamarra deu a entender que está sem receber o salário referente ao contrato de imagem há seis meses e disse que a solução para o caos financeiro é a venda de um ou dois jogadores. Ele admitiu deixar o clube caso a situação não seja solucionada. O paraguaio recebe cerca de R$ 400 mil mensais.

Mas o problema pode estar longe do fim. Em concordata, a ISL I está sendo negociada. A venda seria para o grupo francês Vivendi, proprietário do Canal Plus, que já demonstrou interesse em dar prosseguimento às parcerias no Brasil, com o próprio Flamengo e o Grêmio.