Economia Titulo Construção civil
Trabalhadores devem paralisar obras em S.Bernardo e Diadema

Sindicato rejeita proposta de reajuste; assembleia hoje decidirá sobre greve

Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
28/05/2015 | 07:27
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A partir da semana que vem, trabalhadores da construção civil de São Bernardo e Diadema deverão iniciar paralisações nas obras para pressionar as empresas do setor a melhorarem as propostas de reajuste salarial. O sindicato patronal propõe às entidades que representam os empregados no Grande ABC que aceitem o mesmo índice aprovado pela categoria na Capital, que prevê aumentos abaixo da inflação. Cerca de 28,8 mil pessoas exercem essa atividade na região.

A convenção coletiva de trabalho assinada dia 5 entre o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) e o Sintracon (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil) na Capital determina que, para salários de até R$ 7.000, o reajuste é de 6% para pessoal de escritório e 8% para operacional. O documento não fixa aumentos para quem tem rendimento superior a R$ 7.000 e indica que os acordos para essa faixa devem ser feitos diretamente entre empregados e empregadores. O acumulado de 12 meses do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) até abril foi de 8,34%.

O presidente do Sintracom (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário) de São Bernardo e Diadema, Admilson Lúcio da Silva, informa que a categoria fará assembleia hoje à tarde para avaliar a proposta, mas que o indicativo da entidade é para que o conteúdo seja rejeitado. “Se houver reprovação, vamos iniciar as paralisações na semana que vem e negociaremos diretamente com as empresas, e não com o sindicato patronal”, diz Silva. Integram a base 15,8 mil pessoas.

A oferta também desagradou o presidente do Sintracon em São Caetano, José Maria de Albuquerque, que representa 5.000 operários. Ambas as entidades reivindicam reajuste de 15%. Nas sete cidades do Grande ABC, o piso é de R$ 1.145,10 para trabalhadores não qualificados e de R$ 1.393,01 para qualificados.

Em Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, onde há 8.000 trabalhadores, a assembleia para votação da proposta deve ocorrer amanhã, segundo o presidente do Construmob (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário), Luiz Carlos Biazi. Apesar de reconhecer que as condições são desfavoráveis, o sindicalista avalia que a categoria deva aprovar o acordo, pois, após a aceitação na Capital, a negociação para índices superiores fica dificultada.

Será realizada hoje assembleia com os trabalhadores do ramo de montagem industrial no polo petroquímico de Santo André e Mauá para votação da proposta que prevê reajuste de 9,5% e elevação do vale-alimentação para R$ 470. Cerca de 3.000 funcionários se enquadram nesse setor. 




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