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Cerca de 3.000 cruzam os braços na Mercedes-Benz

Empregados pararam ontem a produção de motores, câmbio e eixos para pressionar empresa a rever cortes

Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
28/05/2015 | 07:22
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Marina Brandão/DGABC


Em assembleia realizada às 9h30 na porta da Mercedes-Benz em São Bernardo, os trabalhadores da empresa aprovaram a paralisação, ontem, na área de agregados (produção de eixo, motor e câmbio). Cerca de 3.000 funcionários cruzaram os braços, de acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Segundo o diretor da entidade Moisés Selerges, a ideia é parar hoje outra área da empresa, para pressionar a montadora a rever as 500 demissões programadas pela companhia, para o pessoal que está em lay-off (com contratos suspensos temporariamente), para 1º de junho. Até agora, as rodadas de negociação com a montadora para tentar reverter essa decisão não avançaram. Esses afastados devem também fazer, a partir de segunda-feira, acampamento nas proximidades da fábrica, também como forma de mobilização para tentar preservar o emprego. A partir dessa data, todos os 7.000 empregados da linha de produção da montadora na região entram em férias coletivas por 15 dias.

A Mercedes informou ontem que, pelo fato de o mercado não estar comprador, não tem como manter esses 500 trabalhadores, mas ressalta que se mantém aberta ao diálogo para discutir alternativas em relação a outros 1.975 excedentes (1.750 dentro da fábrica e mais 215 que possuem estabilidade, por terem doença profissional e que permanecerão em lay-off até 30 de setembro). As vendas do setor de caminhões no País no primeiro quadrimestre registram retração de 39,3% em comparação com o total licenciado no mesmo período de 2014, conforme dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

“A gente reconhece que a situação não é boa, mas temos de buscar alternativas para os excedentes e também para o pessoal em lay-off. Queremos uma solução conjunta”, afirmou Selerges. Ele também espera que a montadora tenha paciência, já que há sinais de que governo está para enviar ao Congresso Medida Provisória para tirar do papel o PPE (Programa de Proteção ao Emprego), que seria alternativa ao lay-off, por oferecer redução de jornada e de salário por até dois anos.

PARALISAÇÃO NACIONAL - Amanhã, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC fará grande ato pela aprovação do PPE, também em defesa da fórmula previdenciária 85/95 como alternativa ao fator previdenciário e contra o projeto que amplia a terceirização no País.

O ato, em que estão previstas assembleias nas portas das fábricas e passeata pelas ruas de São Bernardo, fará parte de mobilização nacional, liderada pelas centrais sindicais CUT, CTB, Conlutas, CSB, Intersindical e Nova Central. Além dos metalúrgicos, trabalhadores de outras categorias participarão da mobilização, entre os quais os condutores e rodoviários do Grande ABC e da Capital, que devem realizar paralisações de duas a três horas amanhã.
 




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