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Marinho fura fila e toma vacina da gripe sem ser público-alvo

Ao lado de Lula, prefeito de S.Bernardo ignora regras do Ministério da Saúde em campanha

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
21/05/2015 | 07:20
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Valmir Franzoi/Divulgação/PMSBC


O prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), desrespeitou fila e norma do Ministério da Saúde para tomar vacina contra gripe Influenza A H1N1 gratuitamente em equipamento público da cidade na terça-feira. Com 56 anos completados ontem, Marinho infringiu estatuto do ministério, que determina esse tipo de vacinação para crianças de 6 meses a 5 anos ou a idosos acima de 60 anos. Estão aptos à medicação também as pessoas que sofrem de doenças crônicas, como hipertensão, diabetes, asma, osteoporose ou esquizofrenia; os profissionais da Saúde, população indígena e gestantes.

O ato ocorreu na UBS (Unidade Básica de Saúde) do bairro Santa Terezinha, na companhia do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 70 anos, que também se vacinou. A ex-primeira-dama Marisa Letícia, 65, foi outra a tomar o medicamento. O chefe do Executivo sequer respeitou a demanda do atendimento e furou a fila para receber procedimento.

Assessoria do governo petista fez inúmeras fotos no local, registrando, inclusive, o momento em que Marinho, Lula e Marisa foram vacinados por um profissional da UBS. As imagens foram imediatamente publicadas no site da Prefeitura e em contas da rede social da gestão do PT. Em material encaminhado à imprensa, a administração cita o público-alvo, reconhecendo indiretamente que Marinho não está na faixa exigida pelo Ministério da Saúde.

Horas depois, o governo petista retirou os retratos de Marinho tomando vacina na UBS.
Questionada se Marinho possui doença crônica, que permitisse tomar a vacina gratuitamente, e os motivos pelos quais houve retirada das imagens do prefeito na unidade em página oficial na internet, a administração não respondeu as perguntas da equipe do Diário.

Na UBS, o critério quanto às normas é rígido. Em contato telefônico, a equipe do Diário solicitou autorização para conseguir a imunidade contra a gripe, nas mesmas condições da faixa etária do chefe do Executivo, mas teve pedido rejeitado. Os profissionais do equipamento orientaram que era necessário portar prescrição médica, comprovando autenticidade de um profissional que atestasse doença crônica. Quando questionados se Marinho apresentou documento clínico para receber procedimento, não houve resposta. Enfermeira afirmou que não poderia responder, uma vez que não participou da aplicação da medicação e que as dúvidas deveriam ser encaminhadas à Prefeitura.

O Ministério da Saúde é comandado pelo correligionário de Marinho e ex-secretário da Pasta na cidade Arthur Chioro (PT), que divulgou nesta semana que até o dia 15 mais de 14,5 milhões de pessoas em todo o País haviam sido imunizadas contra o vírus da gripe.




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