Construídos em sua maioria na década de 1970, os viadutos espalhados pelo Grande ABC se transformaram em ameaça à segurança dos motoristas. A inexistência de manutenção compromete a estrutura dos elevados e causa preocupação nos usuários. A convite do Diário, engenheiro civil especialista no assunto analisou os equipamentos viários e deu diagnóstico extremamente inquietante. Em alguns casos, a situação é tão precária que os ferros que sustentam o concreto da estrutura estão expostos às intempéries e, exatamente por isso, sujeitos à corrosão – o que, em último caso, pode provocar desabamento.

Questionadas pela equipe de reportagem, as prefeituras recorrem às justificativas de sempre. Ou dizem, sem apresentar nenhuma prova, que possuem planos contínuos de conservação dos viadutos, ou então informam que estão analisando intervenções para corrigir as falhas apontadas. O tempo passa, todavia, e nada muda.

O jornalista Daniel Macário, autor da denúncia publicada hoje pelo jornal, teve o cuidado de checar nos arquivos reportagens antigas sobre o tema e descobriu – sem nenhuma surpresa – que os mesmos problemas haviam sido constatados em 2012. Naquela oportunidade, os prefeitos ou seus representantes utilizaram-se exatamente das mesmas argumentações de seus atuais sucessores para responder ao Diário.

Enquanto os políticos se revezam no comando das cidades, a população mantém inalterada a desesperança em futuro melhor, sujeitando-se ainda a se tornar vítima da indiferença e da incompetência dos administradores municipais. Para piorar o cenário, os vereadores omitem-se – sabe-se lá por quais razões – da obrigação constitucional de fiscalizar os passos do Executivo, cobrando dele investimentos necessários para, por exemplo, manter os viadutos em condições adequadas de utilização. Será que esperam alguma tragédia que abale a região para, só depois, agir e cobrar?