Além de raro, o serviço de internet por rede sem fio (wi-fi) gratuito à população do Grande ABC apresenta falhas. Das sete cidades, apenas quatro oferecem o benefício aos munícipes em pontos isolados – Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires. O Diário testou a ferramenta em alguns locais e conversou com moradores da região sobre as dificuldades encontradas. O resultado não é nada animador: há casos de áreas em que a conexão fica apenas na promessa e outras em que a lentidão e problemas na conexão impedem o acesso.

Em todo o País, apenas 13,4% dos municípios disponibilizam sinal wi-fi sem custos aos moradores, segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Segundo o levantamento, 795 prefeituras garantem o serviço, sendo que 744 oferecem de forma gratuita.

A precursora da internet sem fio de graça na região é Ribeirão Pires. A ferramenta foi instalada na Vila do Doce em 2008, com investimento de R$ 140 mil, mas há cerca de um ano deixou de funcionar, de acordo com usuários. “É um recurso importante tanto para fazer pesquisas quanto para se comunicar no dia a dia. Muita gente não tem acesso a pacotes de 3G das operadoras”, destaca a estudante de estética Evelyn Tedeschi da Silva, 21 anos. Segundo ela, mesmo quando disponibilizado, o sinal era fraco e a conexão lenta. A administração não se pronunciou quando questionada sobre o tema.

Apesar de oferecer o benefício em sete pontos desde 2012, Diadema não avançou com o programa denominado Diadema Conectada, que teve custo de R$ 400 mil para ser implantado. Além disso, quatro destes espaços não estão funcionando atualmente porque passam por “manutenção devido às últimas chuvas”, segundo a administração. São eles: Praça da Moça, Teatro Clara Nunes, Centro de Memória e Centro Cultural Heleny Guariba. A Prefeitura ressaltou que estuda uma forma para que o problema seja solucionado o mais breve possível. O sinal também é disponibilizado no Centro Cultural Eldorado, Centro Cultural Canhema e Clube Municipal Mané Garrincha. Em média, a cidade recebe 300 acessos diários.

Em Santo André, há promessa de conexão à internet sem fio gratuita no Terminal da Vila Luzita, no saguão do Teatro Municipal e na Vila de Paranapiacaba. No entanto, no Terminal da Vila Luzita, o serviço, instalado em abril de 2013 a custo de R$ 200 mil, deixa a desejar. Isso porque é tarefa quase impossível conseguir acessar o sinal ‘sandre_digital’, revelam os usuários. “Quando conecta, não carrega nenhuma página. É enganação”, diz a gerente de vendas Eliana Suruagy, 33. Segundo ela, o serviço foi ágil por curto período, após sua instalação.

Pego ônibus aqui todos os dias e nunca consegui conectar a internet”, revela o motorista Wagner Rodrigues, 37, morador da Vila Luzita. Segundo a Prefeitura, o serviço registra cerca de 13 mil acessos desde sua implantação.

Mauá disponibiliza internet sem fio no Terminal Central de Ônibus, na Praça 22 de Novembro.

Três municípios planejam expandir quantidade de pontos oferecidos

Das quatro prefeituras que disponibilizam internet sem fio gratuita à população, Santo André, Diadema e Mauá revelaram planos de expandir o serviço. Em Santo André, a meta é ampliar o sinal para três outros espaços no prazo de seis meses: Paço Municipal, no Centro, Unidade de Saúde Utinga, na Vila Metalúrgica, e Creche Cristiane, no Jardim Cristiane. Não foi informado o custo do projeto.

Mauá anunciou, neste mês, que pretende implantar rede sem fio no Parque da Juventude. O local está em obras no momento, na área do Paço Municipal. A previsão de entrega é dezembro. A administração não sabe ainda qual será o investimento na tecnologia.

Diadema limitou-se a informar que “há planos de ampliação do serviço Diadema Conectada a outros pontos da cidade, como centros culturais, praças e ginásios poliesportivos. Entretanto, ainda não há previsão de custos e prazo para instalação.”

Os demais municípios não se pronunciaram.