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O berço do Renegade

Com capacidade para produzir 250 mil carros por ano, fábrica da Jeep é inaugurada em Pernambuco

Vagner Aquino
Enviado a Goiana, Pernambuco
01/05/2015 | 11:51
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Divulgação


Há quase três anos, o espaço (de 500 mil metros quadrados, na zona da mata, em Goiana, Pernambuco) era tomado por canaviais. Hoje, a história é outra. Lá, foi construído o Polo Automotivo Jeep, composto por 12 prédios que englobam, também, o parque de fornecedores. A inauguração do complexo – de onde sairão cerca de 250 mil unidades anuais, 45 por hora – aconteceu na terça-feira.

Este é o primeiro grande investimento da Fiat Chrysler Automobiles (FCA). Vale recordar que o grupo automotivo foi fundado em 13 de outubro de 2014 a partir da fusão global entre Fiat e Chrysler.

Para a construção do Polo, o investimento total superou os R$ 7 bilhões. A fábrica da Jeep tem 260 mil metros quadrados de área, espaço suficiente para empregar quase 10 mil trabalhadores – 3.300 pessoas na planta da Jeep, 4.900 no parque de fornecedores e 850 em serviços gerais. Deste contingente, 78% da mão de obra são local – pernambucanos.

O PRODUTO

O primeiro modelo produzido no polo é o Jeep Renegade, cuja unidade de número um, destinada ao mercado, deixou a linha de montagem em 19 de fevereiro, conforme você acompanhou no Diário. Para quem não se lembra, o jipinho (que tem 70% de nacionalização, número que deve chegar a 80% num futuro próximo) trata-se de um utilitário esportivo – na categoria de Ford EcoSport e Renault Duster – que traz duas opções de motorização e três de câmbio, além de tração 4x4. Nas concessionárias desde a semana passada, tem preços entre R$ 69,9 mil e R$ 116,9 mil. São três versões de acabamento.

Nos próximos 18 meses, serão feitos mais dois modelos por lá. Entre eles, a nova picape da Fiat, especula-se. Nada está concretizado ainda, aliás, durante a coletiva de imprensa com os jornalistas brasileiros e latino-americanos, o CEO mundial do Grupo FCA, Sérgio Marchionne, não entrou em detalhes, apenas afirmou que o complexo tem capacidade para produzir até quatro plataformas do grupo graças à flexibilidade da linha de montagem.

A PLANTA

Na fábrica, são nada menos que 700 robôs: 650 na funilaria, 40 na pintura e dez na montagem. De acordo com a marca, esta é a mais moderna planta produtiva da FCA no mundo e, apesar de estar longe dos centros urbanos – fica a uma hora e meia da capital Recife – é beneficiada pela logística, uma vez que está próxima ao Porto de Suape, facilitando a entrada de materiais e a futura exportação de modelos para a América Latina.

A funilaria conta com a principal inovação da planta: a estação com 18 robôs, capaz de aplicar 100 pontos de solda em 60 segundos, congelando a geometria da carroceria em uma única etapa. Normalmente, a fixação das partes e consolidação da carroceria são feitas em várias estações. A pintura de ciclo compacto dispensa a camada de primer, que gera benefícios tanto no resultado final quanto no meio ambiente. Na montagem destaque para a concepção da linha a partir da melhor ergonomia, que poupa os trabalhadores de esforços físicos e de movimentos desconfortáveis.

Outra inovação do projeto é o Communication Center, uma espécie de cérebro do Polo Automotivo Jeep. De lá, é possível percorrer a pé os pontos essenciais de todos os processos de produção, desde a área de prensas até os veículos prontos para entrega. O resultado é uma tomada de decisão mais rápida e eficiente, sem depender de meios eletrônicos. No local, quatro áreas atuam em sinergia com esses conceitos: centro de componentes, centro de processos, centro de veículos e escritórios abertos.
 




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