Política Titulo Editorial
Falência do civismo
Por Do Diário do Grande ABC
27/04/2015 | 08:39
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Aline Pietri/DGABC


O nível de civismo da população se mede pela dedicação e fidelidade ao interesse público. Percebe-se que a sociedade está doente quando os indivíduos deixam de defender o bem comum. Pois o Grande ABC está padecendo, conforme mostra reportagem publicada nesta edição do Diário. A enfermidade, infelizmente, está em estágio avançado. Monumentos e obras de arte espalhados pela região se encontram vandalizados por pichadores, que parecem estar completamente livres para agir nas sete cidades.

A prova cabal da falta de respeito dos vândalos com as cidades ocorreu no sábado. Nesse dia, Santo André preparou festa para reinaugurar a obra Concreção 0005, fruto da criatividade do artista Luiz Sacilotto (1924-2003), um de seus filhos mais talentosos, na Rua Coronel Oliveira Lima, Centro. Porém, a escultura, que tinha sido reinstalada havia menos de uma semana, após período de manutenção, já estava depredada por pichador.

O episódio ocorreu em solo andreense, mas se trata de algo crônico no Grande ABC. Fotografias e textos publicados na edição de hoje mostram a generalização do problema, que ganha contornos ainda mais sombrios quando associado à xenofobia e à intolerância religiosa. Em São Bernardo, por exemplo, obra que remete à chegada dos imigrantes japoneses ao Brasil no navio Kassato Maru, em 1908, exibe dizeres preconceituosos.

O que mais chama a atenção na história é a falta de ação das forças de Segurança para coibir o vandalismo contra monumentos e obras de arte. Não é raro flagrar o patrimônio público sendo vilipendiado – e não apenas por pichadores – ante as vistas grossas de guardas-civis municipais e policiais. As prefeituras pouco fazem, a não ser uma ou outra ação de reduzida abrangência, para diminuir as ocorrências. O que é pena. As sete cidades poderiam ser muito mais charmosas e bonitas se cada um, autoridades incluídas, ajudasse a cuidar delas. 




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