Deve ficar para a próxima semana a votação do requerimento formulado pela bancada do PPS na CPI da Petrobras para convocar o deputado estadual Teonílio Barba (PT) e o secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), além do parlamentar estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT). Os petistas integram ou foram sócios da Editora Gráfica Atitude, apontada pela PF (Polícia Federal) como ponte utilizada pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto para recebimento de dinheiro desviado da Petrobras.

Indicada do PPS na comissão de investigação no Congresso, a deputada Eliziane Gama (Maranhão) relatou que o documento ainda não foi lido pela presidência da CPI, embora o requerimento esteja protocolado desde a semana passada. A expectativa é a de que a análise do pedido seja feita na terça-feira, quando provavelmente acontecerá outra reunião do grupo de apuração.

“Não vejo problemas para aprovação. Vejo com otimismo, até porque há vontade para elucidar os fatos levantados com relação à Editora Gráfica Atitude”, comentou Eliziane Gama.

Segundo o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato, a Editora Gráfica Atitude recebeu até R$ 2,5 milhões de empreiteiras contratadas da Petrobras como forma de fazer chegar a Vaccari e às campanhas eleitorais do PT o dinheiro desviado da estatal. Em delação premiada, empresários relataram que Vaccari obrigava pagamento por volta de 10% do valor do convênio com a Petrobras na conta da Atitude.

Barba ainda é diretor da editora, controlada pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e pelo Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo. No quadro de donos, Tarcisio Secoli foi sócio da empresa até 2010. Entre os proprietários está ou esteve o ex-presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) Sérgio Nobre e o assessor especial da Presidência da República José Lopes Feijóo (PT).

Na visão dos integrantes da CPI da Petrobras, a convocação de Tarcisio e Barba será crucial para andamento das investigações, principalmente para saber o destino do dinheiro desviado da Petrobras.

Barba e Tarcisio negam irregularidades no caso.