Economia Titulo Vendas ao Exterior
Exportações da região sinalizam retomada

Com ajuda do câmbio, vendas das sete cidades ao
Exterior cresceram 35% em março ante fevereiro

Por Leone Farias
Do Diário do Grande ABC
19/04/2015 | 07:24
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Divulgação


A valorização do dólar frente ao real está ajudando a impulsionar as exportações das empresas da região. Em março, o faturamento obtido com encomendas ao Exterior somou aproximadamente US$ 529,8 milhões, 36% mais que em fevereiro, quando já havia sido registrado crescimento de 55% ante o número de janeiro. O resultado do trimestre (US$ 1,17 bilhão) ainda é 6% menor que o alcançado nos três primeiros meses de 2014. Isso porque janeiro deste ano foi muito ruim, com queda de 40% na receita das vendas externas em comparação com o obtido em dezembro.

Apesar disso, os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mostram tendência de ascensão. “O que atrapalha ainda são os custos (de tributos, mão de obra e encargos sociais, por exemplo), mas, sem dúvida, a desvalorização do real ajudou”, afirma o primeiro vice-diretor da regional do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de São Caetano, William Pesinato.

“O dólar subiu, o que significa que os produtos brasileiros ficaram mais baratos (lá fora) e, com isso, se vende mais”, explica o professor Pedro Carlos Villa, da Faculdade de Economia e Administração da Universidade Metodista. Ele cita que, por enquanto, têm havido mais estímulo às vendas spots (pontuais). Para ele, haverá espaço para contratos de longo prazo se confirmada a expectativa de que o dólar não vai cair nos próximos meses. A moeda norte-americana (na cotação comercial), que chegou a bater os R$ 3,30 em março, hoje está na casa dos R$ 3. Para ele, o ideal seria que ficasse em R$ 3,50.

O câmbio colaborou para reação nas vendas para o principal destino dos produtos da região: a Argentina. No caso de São Bernardo, por exemplo, o faturamento obtido com veículos de passeio – que é o principal item da pauta exportadora do município –, cresceu 156% em negócios com o país vizinho no primeiro trimestre ante mesmo período de 2014, totalizando 11.546 automóveis e US$ 116 milhões.

Os números de São Caetano são ainda mais surpreendentes: as encomendas de carros de passageiros para o mercado argentino cresceram quase 9.000%. Saltaram de US$ 345 mil para US$ 30,9 milhões nos três primeiros meses deste ano, somando 2.586 automóveis. No entanto, é preciso lembrar que as barreiras impostas pela presidente Cristina Kirchner para entrada de itens brasileiros travaram o comércio com esse país no ano passado e, agora, houve retomada, favorecida pelo dólar em alta. A própria GM havia priorizado o embarque de peças, em vez de carros, devido ao bloqueio e à escassez de dólares.

SAÍDA - Em meio à forte queda na demanda interna, o caminho é buscar o mercado externo, avalia o presidente da AEB (Associação Brasileira de Comércio Exterior), José Augusto de Castro. Entidades empresariais se esforçam nesse sentido. O Sindipeças (Sindicato Nacional das Indústrias de Componentes para Veículos Automotores), por exemplo, pela primeira vez terá uma estande – com 21 empresas brasileiras –, em feira do setor na África do Sul, de 6 a 9 de maio.

No Grande ABC, o Ciesp de Diadema planeja, para breve, evento gratuito para orientar pequenas indústrias a exportar, com a ajuda de empresas trading (comerciais exportadoras).

Companhias da região acompanham esse esforço, com objetivo de reduzir a ociosidade de suas fábricas. A Scania, por exemplo, informa que, além das vendas para a América do Sul, destinou parte de seus volumes feitos em São Bernardo para África e Oriente Médio.  




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