Política Titulo Lava Jato
CPI da Petrobras quer ouvir Tarcisio e Barba

Secretário e deputado têm relação com Editora
Atitude, que seria ponte de propina de Vaccari

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
17/04/2015 | 07:00
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Montagem/DGABC


A bancada do PPS na CPI da Petrobras na Câmara Federal pediu a convocação do secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo, Tarcisio Secoli (PT), do deputado estadual Teonílio Monteiro da Costa, o Barba (PT), e do parlamentar estadual Luiz Cláudio Marcolino (PT). Todos foram ou integram o quadro societário da Editora Gráfica Atitude, empresa apontada pela PF (Polícia Federal), na Operação Lava Jato, como ponte de recebimento de propina do ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, preso na manhã de quarta-feira.

Os deputados federais Eliziane Gama (PPS-MA) e Moses Rodrigues (PPS-CE) protocolam hoje requerimento de convocação dos três petistas para prestação de esclarecimentos a respeito do envolvimento da editora nas denúncias de desvio bilionário de recursos públicos na Petrobras. O documento será apresentado na quarta-feira ou quinta-feira na sessão da CPI, quando será votado pelos parlamentares. Maioria simples dos votos decide a favor do convite.

Favorito do prefeito Luiz Marinho (PT) para ser candidato do PT na eleição do ano que vem em São Bernardo, Tarcisio foi sócio da Editora Atitude até agosto de 2010, como representante do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Marcolino saiu da empresa no mesmo período, então integrante do Sindicato dos Empregados em Estabelecimento Bancários de São Paulo. Já Barba é diretor da empresa.

“A Operação Lava Jato vem mostrando que o PT tinha organização de empresas que eram utilizadas para lavagem de dinheiro. Recurso esse que vinha da Petrobras. As grandes empreiteiras contratadas pela Petrobras faziam acordos com empresas de fachada ou com essas gráficas, que repassavam a quantia em doações para campanhas do PT. Precisamos ouvir desses senhores qual fio da meada em relação à Editora Gráfica Atitude”, afirmou Eliziane Gama.

Moses Rodrigues demonstrou otimismo com relação à aprovação do requerimento. “Como a CPI está funcionando rapidamente, acreditamos que não haverá obstáculo”, discorreu. “Tudo que é comentado está na imprensa. Será que foram só os R$ 2,5 milhões que foram doados à gráfica? Quem fez essa ponte?”

No requerimento, a bancada do PPS cita reportagem publicada ontem pelo Diário, que mostrou que movimentações financeiras coordenadas por Vaccari à Editora Gráfica Atitude começaram a ser feitas quando Tarcisio ainda era sócio da empresa – foram três pagamentos, 29 de junho de 2010, em 6 de junho de 2010 e 9 de agosto de 2010, totalizando R$ 281.550.

O uso da editora como lavagem de dinheiro de Vaccari foi denunciado por Augusto Ribeiro de Mendonça, ex-executivo da Setal Óleo e Gás, que, em delação premiada à PF, relatou pressão do ex-tesoureiro para pagamentos à Atitude.

O PT voltou a defender Vaccari, em nota encaminhada no fim da tarde. Hoje acontece reunião da executiva nacional do partido, em São Paulo, para analisar a situação e provavelmente anunciar o próximo tesoureiro. José Américo, deputado estadual pelo PT, é favorito para assumir a função deixada por Vaccari, que está detido em carceragem da PF em Curitiba, no Paraná. 




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