Economia Titulo Campanha salarial
Borracheiros pedem 2% de aumento real

Categoria quer piso unificado em todo o País de R$1.500 e PLR de R$ 12 mil em fabricante de pneu

Soraia Abreu Pedrozo
Do Diário do Grande ABC
13/04/2015 | 07:30
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Claudinei Plaza/DGABC


Foi dada a largada para a campanha salarial de 2015 dos trabalhadores de fábricas de pneus e de artefatos de borracha. A data-base da categoria é 1º de junho. Um dos pleitos principais, o reajuste salarial, propõe que os operários obtenham reposição da inflação – estimada pelo Sindicato dos Trabalhadores Borracheiros da Grande São Paulo e Região entre 9,5% e 10% em junho, no acumulado dos 12 meses – mais aumento real de 2%. No ano passado, a correção atingiu 6,5%, com ganho real de menos de 0,5%, após anúncio de estado de greve na unidade da Pirelli em Santo André.

Outra demanda, relata o presidente da entidade, Márcio Ferreira, é unificar o piso da categoria em R$ 1.500 para todo o País. “Hoje, o valor pago para quem tem o menor salário está entre R$ 1.100 e R$ 1.200.” No Grande ABC, onde se paga “um pouco mais”, diz Ferreira, o piso chega a R$ 1.300. Participaram da reunião realizada na Praia Grande (Litoral), no fim de semana, para compor a pauta de reivindicações dos borracheiros, representantes sindicais da Bahia e do Rio Grande do Sul.

Quanto à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), o objetivo é conseguir R$ 12 mil para os empregados das fabricantes de pneus. No ano passado, foram pagos R$ 10 mil. Na região, estão a Pirelli e a Bridgestone, em Santo André. A empresa de origem italiana tem também unidades em Feira de Santana (Bahia), Campinas (Interior) e Gravataí (Rio Grande do Sul). Já a japonesa conta com filial em Camaçari (Bahia). A pauta se estende ainda para a alemã Continental em Camaçari. A norte-americana Goodyear, em Americana (Interior), tem acordo selado para dois anos e a francesa Michelin, em Itatiaia e na capital (Rio de Janeiro), para um ano.

A PLR das firmas de artefatos de borracha, em sua maioria micro e pequenas, será negociada individualmente. “Amanhã (hoje) vamos organizar tudo no papel e preparar os documentos para apresentar as propostas às empresas, por meio do sindicato patronal”, avisa.

PIRELLI - O presidente do sindicato dos borracheiros disse que entrará em contato hoje com a Pirelli para cobrar retorno de análise da minuta de reivindicações a respeito do lay-off, entregue na terça-feira . A expectativa era que até o fim da semana passada a fabricante se pronunciasse. Na unidade andreense, até o fim do mês, 450 funcionários terão seus contratos de trabalho suspensos. Em todo o País, serão 1.500. “No que depender de nós, faremos assembleia com os trabalhadores nesta semana para colocar as condições do lay-off.”

Hoje faz três semanas que foi anunciada a aquisição do controle acionário da fabricante de pneus pelo grupo ChemChina (China National Chemical Corporation), transação avaliada em US$ 7,7 bilhões. Desde então, a companhia ainda não se posicionou perante os empregados, que seguem sem informações oficiais e em clima de tensão sobre o futuro da fábrica na região. 




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