Dois assuntos dominam a Primeira Página de hoje deste Diário. À primeira vista, os temas soam divergentes. Mas olhar mais cuidadoso os aproxima de maneira definitiva. PIB (Produto Interno Bruto) e turismo são irmãos siameses em países como o Brasil. Aproximá-los, de modo que um estimule o desenvolvimento do outro, é praticamente obrigação dos governantes, inclusive os do Grande ABC, onde potencial imenso para atrair visitantes segue praticamente inexplorado.

Reportagem de fôlego publicada na seção de Economia desvenda por que o Brasil teve crescimento econômico de 0,1% no ano passado, mesmo período em que a China aumentou seu PIB em 7,4% – e isso em um exercício atípico, já que o país asiático costuma aumentar sua riqueza na casa dos dois dígitos percentuais a cada período de 12 meses.

No cerne da questão chinesa, está a maneira como a nação explora as suas potencialidades. O país arrisca muito pouco, priorizando o que faz diferença na economia – o que inclui investimento fortíssimo em Educação, de base e de ponta. É exatamente nessa seara que o Brasil se diferencia. Negativamente. É onde entra o turismo, o segundo grande assunto desta edição. Por que o setor colabora com tão pouco, nunca mais que 5% ao ano, para a formação do PIB nacional? Certamente não é por falta de atrações.

A verdade é que o Brasil não dá a devida atenção a atração dos turistas. O País sabe organizar grandes eventos, como mostrou a experiência tupiniquim na Copa do Mundo de 2014, mas padece no que diz respeito a valorizar e “vender” seus atrativos naturais e culturais – as únicas exceções parecem ser o Carnaval e o vasto litoral. O Grande ABC serve de exemplo. A região despreza politicamente as inúmeras pérolas turísticas que tem para oferecer aos visitantes. Não é sintomático que o ministro Vinicius Lages tenha notado o óbvio, de que as sete cidades têm potencial para se transformar em polo do segmento, muito antes que nossos prefeitos?