Apesar de as prefeituras realizarem coleta emergencial, o quarto dia da greve dos coletores de lixo na região foi marcado pelo acúmulo de detritos nas ruas.

Segundo o presidente do Siemaco ABC (Sindicato dos Empregados em Empresas de Prestação de Serviço de Asseio e Conservação, Limpeza Urbana e Manutenção em Áreas Verdes Públicas e Privadas), Roberto Alves Silva, a greve continuará até que as empresas aceitem o reajuste proposto pelos trabalhadores, de 11,73%, o que equivale a R$ 45 a mais nos salários. “Se não houver acordo, iremos permanecer paralisados. Não acredito que a quantia fará falta aos patrões.”

O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) concedeu liminar que obriga o sindicato a manter 70% da frota para coleta em domicílio e 100% ao redor de unidades hospitalares. O Selur (Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana do Estado de São Paulo) acusa o Siemaco de não cumprir a determinação, o que foi negado pelo presidente. Apesar da negativa, é possível encontrar lixo em hospitais, como acontece na Santa Casa de Mauá, onde os sacos se acumulam dentro e fora dos muros. Morador da cidade, o pintor Valter Gomes da Silva, 43 anos, ficou impressionado, mas defendeu os coletores. “O certo é fazer o pagamento dos trabalhadores. Eles merecem. Mas nunca vi Mauá com tanto lixo.”

Diante do acúmulo de detritos, em torno de 80 moradores da Rua Afonso Pena, no bairro Casa Grande, em Diadema, fizeram protesto na noite de quarta-feira. Na manhã de ontem, a Prefeitura realizou a coleta no local.

Questionadas, as prefeituras da região admitem não dar conta de coletar todo o lixo acumulado. A situação só deve ser normalizada a partir do momento em que a greve for encerrada.