O terceiro dia de greve dos coletores de lixo e garis, sacos amontoados nas calçadas viraram cena comum no Grande ABC. As negociações que ocorreram ontem não tiveram êxito e a paralisação, que começou na segunda-feira e ainda afeta cidades da Grande São Paulo e Interior, irá continuar.

Em Santo André, quem passou pela região central teve que buscar alternativas para não esbarrar nas enormes pilhas de lixo que se formaram nas ruas Coronel Oliveira Lima e Luís Pinto Flaquer. Comerciantes já relatam reclamações de consumidores. “As pessoas têm dificuldade de passar pelas calçadas. Daqui a pouco o número de clientes irá diminuir”, reclama Gilmar Campos, 52 anos, gerente de uma loja de avicultura.

De acordo com Campos, a situação pela manhã é ainda pior. “Quantos abrimos o comércio, o lixo está todo espalhado. Muitos moradores em situação de rua abrem os sacos para pegar latinhas e espalham toda a sujeita.” Ainda é possível verificar acúmulo de caixas de papelão próximo à entrada do principal comércio de rua da cidade.

Indagado sobre a paralisação, o prefeito Carlos Grana (PT) afirmou torcer por um entendimento rápido entre os consórcios e os sindicatos. “Estou acompanhando as negociações pessoalmente. Infelizmente, por se tratar de um serviço terceirizado, não temos muito o que fazer.”

Já em São Caetano, o terreno da Indústrias Matarazzo, no bairro Fundação, foi usado novamente como depósito de lixos domiciliares pela Prefeitura. No ano passado, a administração municipal realizou o mesmo procedimento e foi multada em 3.000 Ufesps (Unidades Fiscais do Estado de São Paulo), equivalentes a R$ 60,4 mil, por ter usado área que é contaminada para o descarte de resíduos.

Em nota, a Prefeitura informou que o material está sendo acondicionado sobre proteção reforçada, a fim de que não prejudique o solo, e que a medida será interrompida assim que a greve acabar.