O prefeito de Santo André, Carlos Grana (PT), conquistou a primeira vitória contra o G-12 em 2015. A Casa manteve veto do petista à emenda do vereador Almir Cicote (PSB), no valor de R$ 1,2 milhão para a reforma do Parque Guaraciaba.

A emenda foi aprovada pela Câmara no fim do ano passado, mesmo na quantia que ultrapassava limite de R$ 300 mil em indicações no Orçamento. À época, Cicote contou com a totalidade do G-12 para bater o governo. Grana, então, vetou a proposta alegando descumprimento do acordo e falta de folga financeira na peça orçamentária.

Para que o veto fosse mantido, o prefeito necessitava maioria simples. A fragilidade do G-12 – que impôs derrota a Grana na eleição para presidência da Câmara – ficou evidente quando Roberto Rautenberg (PTB) e Marcos Pinchiari (Pros) se ausentaram do plenário na hora da votação do veto à emenda. Em maior número, a base de sustentação avalizou a decisão do chefe do Executivo.
O G-12 se formou inicialmente em dezembro de 2012, para a eleição a presidente do Legislativo. Donizeti Pereira (PV) venceu o pleito à revelia do prefeito. Se desfez nos meses seguintes, mas retomou força no processo eleitoral interno de dezembro do ano passado e emplacou bispo Ronaldo de Castro (PRB) como mandatário da Casa.

O bloco se desintegrou no início do mês, com a morte de Cosmo do Gás (PDT). O suplente Carlos Ferreira (PDT) assumiu mandato votando ao lado do governo – aprovou o veto do prefeito, por exemplo. Outro fator que contribuiu para redução de poder da ala foi a articulação direta de Grana.

Há duas semanas, o chefe do Executivo convidou os vereadores independentes Ailton Lima (SD) e Evilasio Santana, o Bahia (DEM) para que eles assumissem, respectivamente, as secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Esportes e Lazer. Ailton rejeitou prontamente. Bahia quase virou secretário, porém a negociação travou. Entretanto, Grana continua à procura de nome do G-12 para compor o primeiro escalão, enfraquecer qualquer projeto oposicionista com origem no Legislativo e partir para reeleição com arco de alianças mais robusto.

Cicote, autor da emenda, lamentou a manutenção do veto e evitou criticar Rautenberg e Pinchiari. “Não vieram justificar comigo, mas tranquilo. Sei que cada um faz o seu papel e tem um diálogo diferente com a administração local. Nós vamos começar nova luta aqui e espero que eles estejam juntos com a gente.”