Panelas, megafone, cartazes, gritaria sem precedentes e um alvo: o plano que reduziu a merenda nas escolas da rede municipal de São Bernardo, que foi iniciado em 5 de fevereiro e diminuiu pela metade o abastecimento de alimentos para as crianças da pré-escola e Ensino Fundamental.

Com a ausência da secretária de Educação, Cleuza Repulho (PT), que foi convocada pelos vereadores para prestar esclarecimentos sobre a medida – Cleuza tem até o dia 18 para comparecer –, os protestos ficaram concentrados na bancada governista, em especial a do PT. Os munícipes chegaram a orquestrar músicas, ironizando cantigas infantis: “Meu lanchinho, meu lanchinho, a Cleuza comeu”.

Após bronca do prefeito Luiz Marinho (PT) na semana passada, que exigiu aos parlamentares que parassem de criticar Cleuza e o novo plano na merenda, a postura da bancada de sustentação foi tímida. A moção de repúdio, encampada pelo oposicionista Marcelo Lima (PPS) e que tinha 17 assinaturas, novamente não foi lida e, desta vez, sofreu duas baixas. Os vereadores Fábio Landi (PSD) e Mauro Miaguti (DEM) apagaram seus nomes do documento. “Lamentável presenciar atitudes como estas, de pessoas eleitas pelo povo”, criticou Marcelo.

Líder petista, vereador Luizinho, no entanto, garantiu que o trabalho é pelo restabelecimento completo no repasse de alimentos. “Nós, do PT, defendemos o plano como era antes”, anunciou.

Presidente da Casa, José Luís Ferrarezi (PT) confirmou que ainda não há previsão para o comparecimento da secretária. “Para o Legislativo ainda não foi oficializado nada. O regimento não estabelece prazo de aviso, mas estou pedindo que me comuniquem o quanto antes para eu me preparar”, disse o petista, que reforçou a segurança do Legislativo com GCMs (Guardas-Civis Municipais) e implementação de porta com detector de metal. “Há pessoas que vão vir para saber sobre a merenda. Vou reforçar a segurança”, adicionou.