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Famílias do Nanasa protestam em sessão

Projeto dá aulas de natação para deficientes; reunião para definir repasse será feita amanhã

Do Diário do Grande ABC
04/03/2015 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Pais e coordenadores do projeto Nanasa (Núcleo de Apoio à Natação Adaptada) protestaram ontem na sessão da Câmara Municipal de Santo André. O motivo foi a falta de recursos para a realização das aulas de natação, que estão paradas desde dezembro, e o atraso do repasse prometido pela Prefeitura.

De acordo com o presidente da Acide (Associação pela Cidadania das Pessoas com Deficiência), José Carlos Rodrigues Bueno, a Prefeitura não consegue definir como fará a transferência do valor necessário. “Tivemos várias reuniões, inclusive com a presença do prefeito, mas estamos sem definição. Até agosto nos mantínhamos por meio da Lei de Incentivo aos Esportes, do governo do Estado. Com o fim da parceria, tivemos subsídio da iniciativa privada, mas já havíamos procurado a Prefeitura nesse meio-tempo.”

Além da manutenção dos funcionários e do espaço, o local onde são ministradas as aulas, no bairro Jardim, precisa de reforma. Até a metade de 2014, o projeto dava aulas de natação para 240 alunos, mas no fim do ano passado o número foi reduzido para 120. “Desde 2002 fizemos quatro reformas e em todas elas tivemos que buscar recursos. Atualmente precisamos de novos equipamentos, azulejos, caixa-d’água e melhorias no vestiário”, disse um dos coordenadores da Acide, Carlos Alberto dos Santos.

A deficiente visual Renata Gomes Sales Silva, 27 anos, é uma das alunas do Nanasa. Ela fez seis meses de natação e hoje passa os dias em casa, sem nenhuma atividade. “Ela ficou dois anos na fila de espera e, quando conseguimos uma vaga, durou só seis meses porque fecharam. É um absurdo que um projeto como esse esteja nesta situação”, disse a irmã de Renata, Rosângela Gomes da Silva, 33.

Já o pequeno Victor Gabriel Souza, 10, que é cadeirante, ficou na espera de uma vaga por três anos, mas não conseguiu começar as aulas. “É muito difícil, até a questão do transporte, já que minha mulher também é deficiente e eu trabalho. Porém, é algo que faria a diferença para ele”, disse o pai, Irapuã Souza, 46. O menino, que chegou a conhecer o local, estava ansioso para o início das aulas. “Quero aprender a nadar no mar.”

Conforme a assessora de Políticas para Pessoas com Deficiência da Prefeitura, Fátima Carvalho, a ideia inicial era que o projeto fosse incluído no OP (Orçamento Participativo) do ano passado. “Assumimos o compromisso de colocar no OP. Porém, não deu tempo de isso ser feito, por isso buscamos a iniciativa privada. A gente vinha tentando resolver isso com a Secretaria de Relações Institucionais e Projetos Especiais e também a de Esportes.”

Em reunião na manhã de ontem, a Secretaria da Educação se comprometeu a assumir o projeto. Porém, ainda não foi definido como o valor pedido pela associação (R$ 61 mil mensais) será repassado. Outro encontro foi marcado para amanhã para discutir o assunto. “A Educação assumiu esse compromisso, mas nessa reunião vai ser definido de que forma isso será feito. Um termo precisa ser assinado especificando tudo”, disse Fátima. 




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