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Menos política, mais estratégia
Do Diário do Grande ABC
01/02/2015 | 12:34
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Artigo

O Consórcio Intermunicipal, que prefiro chamar de Clube dos Prefeitos, ainda não encontrou o encaixe necessário para gerar expectativas de potencialização econômica e social que se contraponha ao histórico de desarrumação das duas últimas décadas. Nesse período, mesmo com os anos de consumismo automotivo do presidente Lula da Silva, perdemos o eixo desenvolvimentista. Mais que isso: com a politização e o partidarismo descarados do prefeito Luiz Marinho, ex-comandante oficial e hoje na penumbra da entidade, também perdemos o rumo.

São pelo menos cinco desafios que precisamos superar para recolocar a região num horizonte de ganhos permanentes. A regionalidade do Grande ABC está à deriva porque perdemos de goleada nas questões que mais nos interessam como plataforma de embarque a novos tempos.

O primeiro desafio é usufruir para valer da condição especial de região com quase três milhões de habitantes em pouco mais de 800 quilômetros quadrados. Os esperados ganhos sistêmicos viraram desperdícios contínuos. Somos uma linha de montagem de relacionamentos sociais e econômicos, mas nos comportamos como artesãos mal-ajambrados.

O segundo ponto refere-se à proximidade geográfica com a Capital. Jamais praticamos qualquer coisa que possa ser chamada de complementaridade à exuberância de São Paulo. Preferimos o papel de Gata Borralheira.

Também a indústria automotiva entra nesse balanço. O setor, que poderia fazer girar em torno de si múltiplas atividades, inclusive na área de serviços com valor agregado, virou ameaça de que o inexorável processo de doença holandesa inviabiliza outras matrizes econômicas. Perdemos espaços a outros territórios. Somos incapazes de reagir articuladamente. Um vendaval produtivo como o que se prenuncia é suficiente para a insegurança social. Reestruturar o setor industrial é desbravadora premissa anteposta pelo imediatismo de preservação de conquistas sindicais seletivas.

Nossa logística está longe do desejado, mas também não somos o resto do tacho. A chegada do Rodoanel Sul, do Rodoanel Leste, a Anchieta, a Imigrantes, a Avenida dos Estados, tudo isso diz alguma coisa que não seja apenas problema. Manter e, mais que isso, estimular a ocupação produtiva no entorno desses corredores logísticos racionalizaria o uso do tempo e do espaço.

Para completar, nossa identidade regional se esfarela e se perde à sombra de municipalismos fragmentadores. Lançamos às profundezas da vaidade a magnitude do conjunto e cedemos posições ao individualismo sabotador. Não há regionalismo que resista aos desvios de rota.

Daniel Lima é jornalista responsável pela revista digital CapitalSocial.

Palavra do leitor

Praça Kennedy
A Praça Kennedy, um dos principais logradouros da cidade, tem um jardim que, se bem cuidado, poderia ser um dos mais bonitos do município. Dos aparelhos pertencentes à academia a céu aberto, não tem um sequer em perfeitas condições de uso. Há constantes depredações em outros equipamentos (placas, lixeiras). Há necessidade de Segurança no local. Enquanto isso, visando agredir, ainda mais, o bolso do cidadão, estão implantando o sistema de estacionamento pago, colocando parquímetros em toda a praça. É o estrabismo de nossos administradores, ao olhar e definir o que é mais importante para a população.
José Bueno Lima
Santo André

Idosos
A empresa Riacho Grande, operadora do transporte intermunicipal do Grande ABC, descaradamente desafia a lei praticando descaso contra a população idosa usuária do transporte, que é impedida de embarcar mesmo portando o tal cartão BOM na linha com destino ao Tietê, desrespeitando o direito da gratuidade. O idoso acima de 60 anos e deficientes estão impedidos de praticar viagem gratuita garantida por lei. Cadê o Ministério Público, o qual tem a função de defender a cidadania? Cadê a EMTU? Qual é sua função como gestora? Ônibus em mau estado de conservação, alto custo das tarifas, viagens desconfortáveis, incompatíveis com os valores tarifários.
Gercio Vidal
São Bernardo

Ajuste fiscal
Segundo o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, no Fórum Econômico Mundial em Davos, Suíça, os ajustes fiscais serão imprescindíveis, bem como política voltada à desaceleração no consumo interno e o envolvimento de todos os setores da sociedade, de mão de obra a comércios e indústrias. Até a própria diretora-gerente do FMI, sra. Christine Lagarde, com sorrisos largos, aplaudiu juntamente com muitos, à fala e aos propósitos intencionais e técnicos de Levy. E já existem alas do PT e muitos de sua base aliada sentindo certo desconforto com aquele que veio para operar o paciente chamado Brasil e não dar dipirona para alívio de suas dores crônicas. Só não poderá o ministro deixar de fazer limpeza no sobrepeso da máquina pública, extinguindo ministérios e unindo muitos que fazem quase o mesmo trabalho e – principalmente – enxugando estatais, que sabemos não passar de agrados políticos/partidários. Tomara que o ministro Levy tenha aquilo que perdemos como brasileiros, a esperança!
Cecél Garcia
Santo André

Liberdade de imprensa
Ricardo Berzoini, ministro das Comunicações, vem falando em controle da imprensa no Brasil. Não em seu conteúdo, evidentemente, posto que a Constituição assegura a liberdade dos meios de comunicação. Ainda. O que nos faz concluir que pretende discutir o controle de tudo que atinge o seu partido e os cumpanheiros, o que, vamos combinar, não é pouca coisa.
José Marques
Capital

História velha
O esquema da distribuição de recursos públicos para ajudar os partidos aliados a financiar campanhas políticas não é novidade. É o mesmo modelo que, há muito, o governo usa para transferir o dinheiro retido dos trabalhadores via sindicatos, que o recolhe para defender a política trabalhista. O companheiro Lula conhece muito bem. Não sei por que negar. O erro foi o critério da escolha dos operadores do sistema, que meteram a mão na bolada e desviaram-na para as suas contas e paraísos fiscais.
Valmir Bezerra
São Bernardo




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