Economia Titulo Trabalho
Taxa de desemprego da região vai a 10,7%

Ano de 2014 tem o pior patamar desde 2010, quando o resultado foi de 11,3%, aponta Seade

Pedro Souza
Do Diário do Grande ABC
29/01/2015 | 07:30
Compartilhar notícia
Arquivo/DGABC


A taxa média de desemprego da região em 2014 foi de 10,7%. É o maior patamar desde 2010, quando o percentual era de 11,3%. Resultado do aumento de 9.000 desempregados, na comparação com 2013, para 150 mil pessoas. O montante é quase o mesmo que a população de São Caetano. Reflexo, principalmente, da crise na indústria e da forte retração no comércio. Por outro lado, o grupo dos ocupados ampliou em 3.000 moradores, para 1,256 milhão.

Na prática, o resultado global dos empregados e desempregados moradores do Grande ABC foi impulsionado pelo aumento do número de pessoas que está trabalhando ou em busca de uma vaga, denominado de PEA (População Economicamente Ativa). Esse efetivo cresceu em 12 mil habitantes no ano passado, para 1,406 milhão.

Os dados são da PED-ABC (Pesquisa de Emprego e Desemprego do Grande ABC), da Fundação Seade em parceria com o Dieese. São considerados trabalhadores com e sem registro em carteira, além de autônomos. Como a pesquisa é fruto de entrevistas em domicílios, é estimado que 22% trabalhem fora do Grande ABC. Diferentemente da metodologia do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que considera apenas números de contratados formais de empresas instaladas na região.

Semelhante ao resultado do Caged, que mostrou eliminação de 15.093 vagas nas indústrias da região em 2014, a PED-ABC apontou demissão de 13 mil moradores no setor industrial, totalizando estoque de 315 mil trabalhadores no ano passado.

“(O aumento do desemprego) Nitidamente é o reflexo na crise da indústria”, avaliou o técnico do Seade coordenador da PED-ABC, Alexandre Loloian. Porém, destacou, o segmento metalmecânico não teve queda tão expressiva na comparação dos anos, tendo em vista que o volume de desempregados no ramo cresceu em 5.000 pessoas, totalizando 164 mil empregados no setor.

O comércio, desta vez, teve grande contribuição para o aumento do desemprego. Isso porque o setor demitiu 19 mil, e totaliza agora 198 mil profissionais. Para Loloian, uma das hipóteses que explicaria o decréscimo é o fato de os empresários, que apostaram demais em 2014, terem de realizar ajustes ao longo do ano, e isso também quer dizer diminuir a folha de pagamento. Segundo a Fecomercio-SP, o comércio varejista da região teve queda de 7,7% no faturamento entre janeiro e outubro, na comparação com o mesmo período de 2013.

Por outro lado, 658 mil habitantes estavam trabalhando em empresas de serviços no fim de 2014, ganho de 30 mil, tendo em vista que a maior inclusão foi no segmento de administração pública, Defesa e Seguridade Social, Educação, Saúde humana e serviços sociais, com alta de 16 mil. Com estoque de 72 mil, a a construção acolheu mais 3.000 moradores.

MENSAL - Em dezembro, o número de pessoas ocupadas na indústria era menor em 66 mil na comparação com o mesmo mês do ano passado, e em 13 mil ante novembro. Isso fez com que a taxa de desemprego atingisse 10,9%, pior para o mês desde 2009 (11,4%).
 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;