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Mercados financeiros nos países emergentes
Elmo Tambosi Filho
20/12/2014 | 07:27
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A internacionalização do capital, que se intensificou desde o fim da Segunda Guerra Mundial, enfrentou profundas mudanças com o rápido desenvolvimento de tecnologia e sistemas de comunicação. Na área financeira, em adição à enorme simplificação das rotinas operacionais tradicionais, apareceram, entre outros, a rápida transferência eletrônica de fundos, a descentralização geográfica das operações financeiras e o acesso rápido às informações dos mercados por meio de processamento em tempo real.

A globalização se move através de forças contraditórias. Por um lado, há tendências semelhantes, um mercado de liquidez foi formado em escala mundial, a desregulamentação do mercado se espalhou, a competição eliminou a separação entre bancos e agentes financeiros. Por outro, existem ainda diferentes sistemas financeiros sem princípios organizacionais, que abrem caminho para um tipo universal de finanças internacionais. Dessa última situação, pode-se destacar a moratória do México em agosto de 1982, que teve como efeito imediato a exclusão dos países em desenvolvimento do FMI (Fundo Monetário Internacional), especificamente os devedores da América Latina. É importante ressaltar que os países latinos tiveram acesso aos créditos privados internacionais, principalmente por meio de empréstimos bancários investigados. Além do fato de que esse crédito foi concedido pelos grandes bancos internacionais, que também tinham recebido apoio de vários agentes.

De acordo com os credores, a crise de 1982 só foi declarada encerrada em 1988, uma vez que os países foram considerados recuperados das principais consequências e os riscos da América Latina foram dados como praticamente nulos. O retorno dos países em desenvolvimento para o FMI foi motivado para reestruturar o ‘velho’ estoque da dívida dessas nações e a reavaliação dos países do Leste a ‘potencialidades’ da Europa.

A fim de não ignorar o crescimento do mercado com uma maior integração, estimulou-se os latino-americanos a implementarem muitas reformas visando a eliminar as complicações introduzidas por estratégia anterior à crise da dívida. Algumas dessas reformas: eliminação dos regulamentos estaduais nos mercados nacionais, privatização, liberalização financeira interna e abertura externa das economias. Pelo lado comercial e financeiro das economias, preconizou-se a discussão de questões centrais para mudanças na estratégia de desenvolvimento. Ressalte-se que a estabilidade monetária e o equilíbrio fiscal foram pré-condições para que a abertura financeira tenha se tornado virtuosa e sustentável. A principal razão, que esteve associada à visão monetária implícita nas políticas do FMI, apoiou-se na ideia de que a liberalização dos fluxos de capital em contexto de alta da inflação contribuiu para o agravamento da instabilidade.

Durante os anos 1980, uma substituição progressiva ocorreu do mercado de crédito bancário para o mercado de capitais, ou ‘finanças diretas’ no âmbito internacional. Esse mercado tem dinâmica específica e diferenciada do sistema de crédito que prevaleceu até os anos 1990. Embora ponto importante seja a manutenção dos fluxos financeiros por bancos comerciais e Banco Central, a principal preocupação nos mercados de capitais é uma avaliação permanente de ações pelos agentes.

Como consequência nos dias de hoje, as flutuações no preço dos ativos e taxas de câmbio são ditadas pelo próprio mercado. Ainda podemos verificar a expansão do controle na especulação do câmbio e mercados monetários, uma vez que hoje os custos de transação são mais baixos e os mecanismos de hedge, mais eficientes.




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